terça-feira, 15 de novembro de 2011

Desorientados

 

 


  "Só quem entende a beleza do perdão, pode julgar seus semelhantes."
   (Sócrates)
 
   “Para conseguir a amizade de uma pessoa digna é preciso desenvolvermos em nós mesmos as qualidades que naquela admiramos.”
     (Sócrates)
 
 "Sócrates, na sua maiêutica, levava seu interlocutor a refletir sobre si mesmo no sentido de tomar consciência da sua própria ignorância, e com isso adquirir o verdadeiro conhecimento.
  Como o conhecimento tinha relação com o bem, quanto mais a pessoa sabia, menos mal praticava.
  A título de ilustração, convém diferenciar o termo ter conhecimento do conhecer.
  Ter conhecimento é memorizar, é saber de cor, é estudar para passar de ano.
  Conhecer, por outro lado, é um processo sempre ativo de aprimoramento pessoal."
   (Wikipédia)


 

 

    O incentivo ao amor, justiça, amizade, fraternidade ... é comum a praticamente todos os filósofos gregos.

   De outras partes do mundo também:

   

 "Não faça a outros o que não quer que seja feito a você."
   (Confúcio)
 
  "A virtude da humanidade consiste em amar os homens; a prudência, em conhecê-los."
   (Confúcio)


 

   Estima-se que Sócrates nasceu 469 anos antes de Jesus Cristo.
   Confúcio nasceu uns 551 anos antes de Jesus Cristo.

  O contato de Jesus com os pensamentos de Confúcio não seria tão complicado assim, mas digamos que não aconteceu.
  Há 2 mil anos viagens eram bem mais difíceis, a China fica longe de onde Jesus viveu. 

  A Grécia fica perto da Itália, sabemos que o Império romano foi muito influenciado pela cultura grega, Jerusalém e Nazaré não ficam muito longe da Grécia, lembremos que aquela região fazia parte do império Romano.

  Quero dizer que é praticamente impossivel que Jesus não tivesse conhecimento de muitos assuntos debatidos por filósofos gregos, mesmo que Sócrates e Platão já estivessem mortos há séculos.

  Seguindo o raciocínio chegamos no mínimo a conclusão que:

  Jesus não trouxe absolutamente nada de novo em "valores morais" para a humanidade.

  Filosoficamente o Novo Testamento é muito fraco, coisas incoerentes.
  É como se os escritores tivessem "ouvido" sobre Buda, Sócrates, Confúcio, e distorceram um pouco.

  Livros como conhecemos hoje não eram comuns, historias eram contadas de boca em boca.
  Analisando o Velho Testamento ... o que é o livro de Salmos senão o Rigveda adaptado ao judaísmo?

  Não!
  Não estou falando que religiões que surgiram depois do Hinduísmo (a doutrina mais antiga) são plágios do mesmo.
  Acontece que as questões existenciais básicas são as mesmas é natural que as dinâmicas sejam parecidas.


  De onde viemos?
  Como a “consciência” surgiu, somos um caso único no Universo?

  O que somos?
  Seres unicamente biológicos ou há algo mais?

  Para onde vamos?
  A morte física é o fim?


  Quem lê o Novo Testamento com isenção, percebe que Jesus era um tanto desorientado.
  Não era um "espírito/mente" sabedor de tudo.
  Jesus visivelmente estava em duvida entre ser judeu e iniciar uma nova religião, estava em duvida entre seguir a lei ou reformar a lei.

  Vejam essa passagem:

 

   

  E eis que se levantou um certo doutor da lei, tentando-o, e dizendo:
 
  "Mestre, que farei para herdar a vida eterna?"
 
  - Que está escrito na lei?
    Como lês?
 
  "Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo."
 

  - Respondeste bem; fazes isso, e viverás.
 
   [Lucas 10:25-28]


 

   

  Confesso que fiquei desorientado ao ler essa passagem bíblica e olha que sou um cara acostumado a ler grandes pensadores, filósofos complexos.

  Que leis são essas? 

  As leis judaicas, claro.

  Imaginem a cena:

   

  Eu pergunto a Jesus o que devo fazer para ser salvo, ele me responde com outra pergunta:
 
  - O que está escrito no livro sagrado?
 
  "Tenho que amar a Deus e a meu próximo."
 
  -Faças isso que esta na LEI.
 
  "Se para ser salvo só preciso seguir a essência do Velho Testamento, não preciso aceitar o Senhor como meu único salvador?"
 
  -Ninguém vai ao Pai senão por mim, morrerei ressuscitarei, para alcançar a salvação você terá que acreditar que sou filho de Deus e no meu sacrifício de sangue para resgatar seus pecados, a morte do cordeiro.
 
  "Então o Senhor veio para mudar a Lei?"
 
  -NÃO, eu não vim para mudar a lei!


 

  
  Antes da vinda de Cristo a crença predominante era a reencarnação.
  Tínhamos hipóteses interessantes:


  "Se" somos espíritos (um programa) encarnados (baixados em um dispositivo biológico) ... podemos ser baixados em vários corpos através do tempo e "evoluir".
  É uma hipótese coerente. 

  Se for só uma encarnação vindo depois um "julgamento" o resultado pode ser ir para o "céu", "inferno" ou aniquilação ... é coerente.
  O que seria analisado?
  Se eu venerei a Deus (deuses) e fui bom para o próximo (minha comunidade).
  Essas regras básicas de avaliação vinham desde o judaísmo e foi endossado  por gregos e romanos.

 
 O Ateísmo é coerente, alguns fenômenos que observamos são fruto de irregularidades no funcionamento do nosso complexo cérebro.
 Quando o corpo entra em colapso por qualquer causa, é o fim.


  De qualquer forma, mesmo nas mais diferentes variáveis, a "salvação" dependia basicamente do indivíduo agir de maneira "boa" segundo a cultura que pertencia.

  Ao se dizer o único caminho Jesus complicou bastante a salvação.
  Mesmo que um hindu seja uma pessoa boa, se não aceitar o sacrifício de sangue de Jesus não será salvo.
  Pode até viver eternamente, mas em um lugar nada agradável.
 
  Mas por favor, se tem alguma "boa nova noticia" nos evangelhos, algo que filosoficamente nunca foi dito e que melhorou a situação geral da humanidade ... comente para analisarmos.

  O que observo são pessoas seguindo uma "narrativa" sem questionar sua razoabilidade.
  Se "orientam" por uma bussola quebrada...








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