domingo, 21 de outubro de 2012

Ficar Desnecessário

   "Todos amam o poder, mesmo que não saibam o que fazer com ele."

[Benjamim Disraeli]

 

 


  O desagradável é que quem não sabe o que fazer com o poder atrapalha outros indivíduos.
  Tem aquele cidadão poderoso que ocupa um cargo importante, tudo a sua volta está relativamente bem então ele é pouco consultado.
  Ele não se conforma em não estar sendo consultado!
  Só o fato de não ser consultado é sinal que apesar das aparências as coisas não estão nada bem, o que ele faz?
  Começa a procurar pelo em ovo, ele precisa de qualquer forma exercer seu poder... 

  Faz tempo que me encantei por essa frase:

  “O melhor do poder é não precisar exerce-lo.” 

  (Acho que eu mesmo a criei lendo Maquiavel ... certos pensamento surgem de maneira confusa.)

  Exemplo. 
  Tenho poder para proibir minha filha de ver televisão, mas é ótimo não precisar exerce-lo.
  É desejável que ela faça bom uso da televisão sem precisar da minha intervenção.
  Um tempo atrás houve um problema, minha filha dormia e deixava a TV ligada a noite inteira.
  A Aléxia, que até os 6 meses olhava para mim e pensava:
  "Não é a mamãe." 😊
  (Só queira ficar com minha esposa.)

  Era sempre a mesma história, eu ia desligar ela dizia que estava terminando de ver o filme e já desligaria, eu pedia ao menos para ela programar o timer.
  É ruim quando você está assistindo algo que lhe interessa e por algum motivo é impedido de ver até o fim, claro que não faço isso com ninguém.
  No outro dia lá estava a TV ligada.
  Lamentavelmente tive que exercer meu poder, por um método que prefiro não revelar programei a TV para não pegar canal nenhum depois das 21 horas.
  Como não gosto que o inocente pague pelo pecador se minha filha Ellen de 9 estava assistindo eu deixava sob sua responsabilidade se a filha de 12 estava assistindo a programação era descontinuada.
  Essa situação se manteve por 5 dias até que a Aléxia se comprometeu a fazer bom uso da TV.

  Defendo que um pai tem que aprender a ser desnecessário.

  Vou além, essa situação tem que ser construída e desejada.


  Um pai que não se torna desnecessário é como um professor que não sabe ensinar.

  Gosto de estar com minha filha não porque eu preciso dela.
  Sem hipocrisia, qualquer um sabe que na pratica filhos são um grande peso, sinônimo de muito transtorno. 
  Gosto da minha filha simplesmente pelo prazer da sua companhia.
  Ela nasceu do meu desejo de ser pai, do desejo de minha esposa ser mãe.
  Não quero que minha filha fique comigo só porque precisa.
  Espero que um dia ela não precise mais de mim, tenha mais sabedoria e melhor condição econômica.
  Espero que nesse dia ela fique comigo simplesmente pelo prazer da companhia.
  Talvez ela tenha algum poder sobre mim e que bom será se ela não precisar exerce-lo.


"Não é a mamãe." 




  Revisitando esse texto hoje [16/02/2016] confesso para vocês que a Aléxia continua muitas vezes dormindo com a TV ligada.
  O que aconteceu?
  Sei lá, eu entendi que dormir assistindo TV é um grande prazer da minha filha.

  Com o surgimento da Internet eu já não leio muito livros e revistas, até porque a maior parte do tempo eu passo escrevendo.
  Mas eu gostava de ler até adormecer, era um prazer meu.

  Se minha filha gosta de assistir TV até adormecer ... não é um prazer dela que eu não possa suportar, desde que o volume fique reduzido ou ela use fones.
  Comprei mais um televisor, que minha filha curta seu prazer.
  Ela é boa aluna, acorda sozinha para ir à escola.
  Tem garotas de 15 anos que tem prazeres bem mais complicados com consequências nefastas.
  Minha filha é calma, tranquila, ajuizada, estudiosa.
  Deixa ela assistir TV em paz.

  Se de manhã a TV estiver ligada ... eu desligo ... não preciso ser totalmente desnecessário... 😊


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9 comentários:

William Robson disse...

1 - Suas palavras foram tão "pontiagudas" que fiquei com um pouco de pena.

2 - Os psicólogos não concordam entre si sobre essas questões.
Cada um fala uma coisa diferente. [Nihil]
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1 – No meu caso não há motivo para isso, eu aproveitei bastante a fase anterior e estava bem preparado para essa, garanto que foi um momento de muita felicidade.
Seria triste se eu não pudesse ter filhos ou se minha esposa não fosse uma boa mãe.
Mas eu não escrevo só para mim, senão não haveria motivo para tornar os textos públicos.
Espero que os homens que ainda passarão pela experiência de ser pai fiquem melhor preparados para esse momento.
E os que já passaram entendam melhor a “matemática da coisa”.
Muitos homens não entendem essa nova fase e cobram da esposa uma atenção que ela já não pode mais dar... choque de mundos.

2 – Eu falei da Psicologia no tocante a ela buscar uma padronização comportamental eles tem até um “livro sagrado” atualizado regularmente sobre distúrbios.
Como você observou há um tempo atrás, muitos Psicólogos percebendo as limitações do Freudianismo começam a deslizar para Filosofia, nem eles sabem dizer onde começa uma e termina a outra.
Tem psicólogos que já debandaram para Filosofia faz tempo, só não querem admitir.

emaranhado 125 disse...

de boa tarde(aqui no templo)

Li o texto principal no ônibus.
Vc precisa(sim) das suas filhas,sr.William.
Os parentes separados,são como caquinhos de vidro que não se encaixam em outros lugares.

A A.é bonita...

tripitaka 690 disse...

Depois eu replicarei ao texto principal.

Pretendo fazer um "desabafo".
(aliás,essa palavra é feiosa,prefiro dizer "gostaria de estravazar algo")

Na prática,eu fui "para outra religião" antigamente,porque rejeitei os princípios da nossa sociedade latino-tropical.
Não quis aceitar seu ícone principal,devido às incoerências que vi no comportamento dos cidadãos.
Isso não começou na fase adulta,em criança,eu me sentia deslocada no meio.

Tive uma vida dura,apesar de eu sempre fazer cara de "patrícia avoada".
Vi as falhas de muitos,entrei em contato com histórias que eu gostaria de esquecer.
As pessoas nas cidades,e no país inteiro,são hostis umas às outras,ou os ambientes em que estive,eram assim.

Veio uma raiva muito grande à tona,em minha mente,há pouco,após a oração coletiva.
Orei mais um pouco,ela passou.

Se eu pudesse "ter outra vida",eliminaria as lembranças que me suscitam esses sentimentos.
Não são só lembranças pessoais,mas são imagens que se sucedem em minha mente,vinculadas ao desamparo da população simples.
Fico pensando em como pode haver tanto sofrimento,e tanto descaso pelo sofrimento.
Objetivamente,irão dizer que o cristianismo fez muito pelo ocidente,mas eu driquei com ele para sempre,porque ele acompanhou tudo o que não gostaríamos de ter visto,tenha ou não,alguma culpa.

O único jeito de "me curar" disso de vez,será algum dia trabalhar no voluntariado.
Por ora,sei que estou precisando de uma terapia,pois não é tudo o que a religião pode resolver.
Vou começar em janeiro do ano que vêm.

Uma boa tarde aos que leram.

°°°°°°°°°°°°°°°°°°°

William Robson disse...

“Rafa Justus faz piquenique com amiguinhos.” [R7]
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Estou postando essa noticia porque recebi um e-mail com a frase batida:

“O único lugar onde Sucesso vem antes de Trabalho é no dicionário.”

Os filhos dos famosos já vem ao mundo aparecendo em todas as mídias e com uma fartura de dinheiro garantida, alem de muita saúde.
Quando nasceu a filha da Xuxa foi até irritante a cobertura dada.

Muitos garotos jogam bola ou tocam musica por diversão o sucesso acontece e ficam ricos e famosos.

Essa frases feitas de auto ajuda são medíocres demais...

NOTICIA

Nihil disse...


Vejam um "drama" no blog da Selma.
Fui deslogada,e precisei pedir para ser relogada.

Não sou criança para ficar com driquinhas.
Desejo sim estar lá,gosto de todo o pessoal,e aceitarei as condições impostas pelo blog- até certo ponto.
Especialmente,desejo permanecer ali,para "impressionar" o sr.Hosaka.
Nunca tive nada contra a Selma,e a tenho em boa consideração.
Espero que ela não entre "nessas" agora.

Aguardarei com calma a resposta dela.
Nem estou ansiosa,e considero o incidente atual,um caso passageiro.
Todavia,(hehehe!),vejam a portentosa opinião do Adilson ao meu respeito.
Oh,dó de mim mesma...(hahahahaha!...)

turbilhão 1.128 disse...

(texto principal)

Tem pessoas que realmente,querem poder unicamente pelo gôsto de exercê-lo arbitrariamente.
Entre as lideranças,por ex,tem algumas graduações.
Existe o líder(uma posição nobre),o patrão,o chefe,o chefete,e o "testa-de-ferro",isso,numa nomenclatura que eu inventei.
Quanto mais medíocre a pessoa,mais tirana ela é- se ela ocupa os últimos "cargos".
A mesma costuma invejar tanto os que estão acima dela,na hierarquia,como costuma invejar aos clientes.

Tem também os que se programam para exercer algum tipo de poder,e não se programam jamais para deixarem de exercê-lo.
No "Terapia da Lógica" do Terra,uma vez escrevi ao sr.um texto,contando que grande parte dos pais e mães se preparou para um exercício tão absoluto de suas competências,que eles encaram de má vontade um filho que não seja absolutamente infantil.
Ou não conseguem encarar o crescimento das crianças.

O mesmo se dá com outros tipos de educadores que não são os pais.

Vou contar uma experiência.

Quando meu irmãozinho nasceu(trinta e tantos anos atrás),não podíamos fazer barulho em casa,"pois o bebê sempre estava dormindo"
Não era bom acordá-lo.
Os anos se passaram,a vida seguiu seu curso,e mano Alarico(mas o verdadeiro Lhárikkhus é o sr.,todavia ambos agora ficarão com apelidos semelhantes),já havia ingressado no ensino médio de uma escola técnica escolhida por ele.
Menino competentíssimo,mas...sempre que eu chegava em casa,eu ficava mais em silêncio para não incomodar "o bebê".

Eu precisei de descondicionar minha mente.
Não havia mais nenhum bebê em casa.

Acredito que todas as mães,pais,e pessoas que já foram envolvidas com crianças,um dia,ficam com um tipo de "nostalgia forçada" por muito tempo,antes de caírem na real.
Ser educador,é a grande arte de um dia,não servirmos mais para a função mencionada.

turbilhão 1.129 disse...

Recomendarei aos leitores a conferição de uma artigo da revista "Época" dessa semana, cujo tema é "porque nem sempre as crianças fazem os casais felizes?"

Bom tema,mas as reclamações que vi,ao meu ver,foram exageradas.
Eu acho que os que se "programam" para ter família,precisam fazer antes uma "higiene mental" entendendo que suas vidas mudarão.
Não há sentido em se querer ter tudo ao mesmo tempo,nem há lógica em se construir vínculos,sem esperar uma trabalheira.
Para isso é que serve a estruturação antecipada da vida.

Eu ando achando que as pessoas precisam redimensionar o que elas costumam ter como "ideal de destino" e esse vêm sendo um problema dos nossos tempos.
Talvez,a herança religiosa,e uma série de influências contraditórias que carregamos em nossas mentes,complicam nossas vontades.

A religião cristã,por ex,em minha singela opinião,parece não ter sido feita para unir as famílias.
Ou ela deixou tantos "buracos" que,apesar da mensagem parecer ser uma,em geral,todos costumam seguir em direções opostas,e faz tempo que isso acontece.

tripitaka 691 disse...

Hoje,eu "me enfureci" com lembranças antigas,após a oração coletiva no templo.
Orei à sra Avalokistewara,e a drica passou.
Fazia dois meses que eu não ia lá.
Acho que sri Buda Achala,o santo das "faxinas cármicas" pode ter me influenciado um pouco naquele momento,influenciando a emersão de imagens "interiores" cujo impacto seria diminuído.

Horas depois,vi numa banca de jornal do shopping,uma dessas revistas sobre a mente,em que se falava sobre a "pílula do esquecimento".
Já existe,e serve para apagar memórias ruins.
Eu não tomaria,pois de qualquer forma não seria ético com a experiência que deve me balizar o futuro.
Eu poderia voltar a cometer os mesmos erros,caso esquecesse deliberadamente,certas situações.

Prefiro aprender a lidar com emoções ainda não resolvidas,trazidas por tais imagens velhas.
E tenho certeza que a maioria tem a mesma opinião que eu.

Além do mais,quem garante que a "pílula do esquecimento" não poderá provocar um apagão na memória?
Quem já a experimentou?

Eu hem...

tripitaka 692 disse...

Faz uns dias que estou com esse texto em mente para escrever,mas ando esquecendo.
Ainda é sobre a discussão entre mim,a Selma,e um "joão".
O Adilson sempre "exigiu" que eu discorresse sobre o Budismo.
Isso me valeu bastante no gd do Terra,pois foi com ele que tive meus primeiros bons debates,mas depois me cansei de tanto ensinar religião a ele.

Acabei me "fechando" para esse assunto,mesmo porque eu havia adoecido,e não tinha como manifestar uma crença pessoal,no meio das incertezas que tive quanto ao porvir.
Depois eu melhorei,mas acabei preferindo efetivamente outros temas.
Posteriormente,retornei o tema "religião budista" para o gd do terra,com o conto "Quase um Brâmane",mas só um ou dois acompanharam um episódio ou outro.

Todavia,foi aqui,em nossas prosas,que fiquei mais à vontade para falar nisso,sem ser de forma "estritamente religiosa",pois a religião que pratico não é apenas uma religião,mas se confunde com uma filosofia de vida,e além disso,o alvorecer da filosofia no Ocidente,tem muito em comum com o nascimento das religiões orientais.

Se eu postar alguns textos religiosos no blog da Selma,já sei o que vou fazer.
Vou republicar algumas tripitakas antigas minhas,escritas aqui,no Terapia da Lógica do Terra,e no Filosofia Matemática.
Budismo não se discute,mas se debate,ou se filosofa.
É isso o que sei fazer.

E esses textos passarão a compor a série "Mística".
Não espero interlocutores por lá para tais crônicas.
Elas serão principalmente,para "impressionar alguém".(o sr.Hosaka)
Mas,desejo fazer essas postagens em destaque,e não em espaços de réplicas.
Porque por lá,os leitores seguem os hábitos dos outros que acompanham blogs,ou seja,eles não ligam muito para os textos que estão mais ocultos.

Isso aí.