terça-feira, 7 de maio de 2013

Boas Intenções

 

  No Comunismo idealizado por Karl Marx, o trabalho seria mais agradável que no Capitalismo?




  A PLANIFICAÇÃO ECONÔMICA refere-se à centralização, por parte do Estado, dos poderes de planejamento e execução das políticas econômicas, suprimindo o Mercado e a livre concorrência.”
 (Wikipédia)


  Não precisa ser muito esperto para deduzir que geralmente você irá trabalhar no que o Estado “precisa” que você trabalhe e não no que você efetivamente quer trabalhar. ​​
  Isso por si só torna menos provável que você trabalhe em algo que goste.

  Se na planificação chegou se a conclusão que 60% dos trabalhadores devem ficar na agricultura é assim que vai ser.

  Na China você NÃO pode mudar livremente de região é preciso ter autorização do Governo.
  O controle de uma população tão grande não é eficiente, muitos chineses mudam em busca de melhor condição de vida, principalmente de regiões rurais para urbanas.
  Acontece que eles viram imigrantes clandestinos em seu país!
  Ao mudar o “clandestino” tem que viver nas sombras.
  Por exemplo, não tem direito a atendimento médico público fora da sua região.
  Você enquanto cidadão está no planejamento para uma região a mudança tem que ser permitida pelo governo, não pense que é fácil.
 
  Aqui no Brasil se você mora em Londrina e decide vir para Campinas trabalhar e morar não tem problema.
  Na China não.



   O que é Fetiche da Mercadoria?

  Os Comunistas tratam certas variações no produto/mercadoria como “luxo burguês”, logo certas diversificações eram mal vistas.
   Isso é baseado no que Marx pregava sobre o “fetiche da mercadoria”.


  “Marx afirma que o fetichismo da mercadoria é algo intrínseco à produção de mercadorias, já que na sociedade capitalista, o processo de produção se autonomiza com relação à vontade do ser humano.
  Tal autonomia desaparecerá apenas quando o ser humano controlar de maneira consciente o processo de produção, numa livre associação de indivíduos, O QUE SÓ É POSSÍVEL DE SER FEITO ABOLINDO A PROPRIEDADE PRIVADA DOS MEIOS DE PRODUÇÃO E TRANSFORMANDO-OS EM PROPRIEDADE COLETIVA; acabando com o caráter mercantil dos bens e PRESERVANDO SOMENTE SEU VALOR DE USO.
   Isso significa uma revolução nas relações de produção e de distribuição dos meios de vida.”
  (Wikipédia)


  “Tentando” simplificar ao máximo o pensamento:

  Vamos pensar na mercadoria chinelo.
  Marx está dizendo que o chinelo é um calçado, apenas isso, essa utilidade dele não enfeitiça/encanta ninguém, você compra o chinelo só quando precisa de calçado informal/caseiro, um ou dois são suficientes.
  Um chinelo para uso outro de reserva.
  Sem “luxo/supérfluo” apenas necessidade básica.

  Os malditos burgueses capitalistas fazem chinelos de várias cores e modelos, a mercadoria te encanta, te enfeitiça, você compra mais chinelos do que seriam necessários.
  Você tem um chinelo preto em casa, mas se encanta também pelo branco, sua esposa se encanta com o de pedrinhas...


  Você e sua família estão sendo “enfeitiçados” pela mercadoria, ela já não tem só sua utilidade básica de calçar os pés, mas também de ENFEITAR seus pés, isso o leva a consumir mais chinelos do que o necessário.
 


  Do lado do fabricante seria muito mais fácil produzir apenas um tipo e cor de chinelo.

  Mas se ao produzir cores e modelos diferentes ele aumenta as vendas ...  é isso que ele acaba fazendo mesmo que seja mais complexo e dê mais trabalho.

  Quem produz não produz mais o que quer, mas o que vende mais, o que o MERCADO deseja.

(“O processo de produção se autonomiza com relação à vontade do ser humano.” - Marx)

  Perceba que o marxismo tem tudo a ver com uma comunidade riponga que odeia o consumismo, odeia o supérfluo.
  Precisamos voltar às nossas raízes indígenas plantar para subsistência, viver do básico.
  A indústria deve produzir o básico com a menor variação possível.
  Chinelos de vários tamanhos é uma necessidade de várias cores e modelos não.




O Fetiche do Comunismo

 O Comunismo/Marxismo enfeitiça corações e mentes.

 É encantador porque se fundamenta em uma visão "romântica" da vida que inúmeros pensadores sustentaram por muito tempo.

  Meu amigo Sócrates por exemplo defendia uma vida sem apego a bens materiais.
  Se uma roupa ainda te serve e está em boas condições de uso...porque comprar outra!?
  O problema é que não dá para “impor” sabedoria a todos.
  Usando a força conseguimos obrigar a pessoa a fazer o que “nós” achamos certo, mas sempre que afrouxar o poder ela volta a fazer o que ela acha certo.

  Eu não tenho muito apego a bens materiais, mas sou apegado a CONFORTO.
  Gosto muito da diversificação dos produtos porque sempre tem um que se adequa mais ao meu gosto, necessidade e possibilidade financeira.

  Mas vamos além.

  Porque viver apenas do básico é “sábio” se a natureza e nossa inteligência tem tanto a nos oferecer?
 
(Por favor, não estou falando de desperdício)

  Karl Marx foi um gênio ao propor uma vida coletiva e frugal?

  Ele nem ao menos foi original ...


  “DIÓGENES DE SÍNOPE foi exilado de sua cidade natal e se mudou para Atenas, onde teria se tornado um discípulo de Antístenes, antigo pupilo de Sócrates.
  Tornou-se um mendigo que habitava as ruas de Atenas, fazendo da pobreza extrema uma virtude; diz-se que teria vivido num grande barril, no lugar de uma casa, e perambulava pelas ruas carregando uma lamparina, durante o dia, alegando estar procurando por um homem honesto.
  Eventualmente se estabeleceu em Corinto, onde continuou a buscar o ideal cínico da autossuficiência: uma vida que fosse natural e não dependesse das luxos da civilização.
  Por acreditar que a virtude era melhor revelada na ação e não na teoria, sua vida consistiu duma campanha incansável para desbancar as instituições e valores sociais do que ele via como uma sociedade corrupta.”
(Wikipédia)


  Já escrevi sobre Diógenes e Epicuro.
  Porque gosto de Diógenes e não gosto de Marx?
  Diógenes não era hipócrita, ele vivia a filosofia que pregava.
  Eu vivo a Filosofia que prego.
  Comunistas são hipócritas, eles defendem uma vida frugal para o povo, mas seus líderes sempre vivem na abundância “capitalista”.
 
  Vamos concluir nosso enigma.

  No Comunismo idealizado por Karl Marx o trabalho era/é mais agradável que no Capitalismo?

   É pouco provável, uma vez que a diversificação do trabalho era menor, você tinha bem menos oportunidade de experimentação.
  Se seu pai trabalhasse em uma mina de carvão, seu futuro estaria praticamente “planificado” decidido pelo “Partidão”.
  Vamos supor que você fosse chinês, gostasse de cães e quisesse ser proprietário de um simples petshop...

 (“Proprietário” no Comunismo, essa foi boa 😏)

  Ter cães é um luxo capitalista burguês você poderia ser preso ou fuzilado com esses pensamentos subversivos.

  “Na era comunista, os cachorros tinham mais um papel de guardas, pastores OU REFEIÇÕES, do que companheiros.
  Dogmas ideológicos e necessidades durante os muitos anos de vacas magras da China renderam aos animais de estimação um caráter de luxo burguês.
  De fato, depois que os cachorros começaram a aparecer nos lares de Pequim, o governo decretou, em 1983, a proibição na cidade dos cães e sete outros animais, incluindo porcos e patos.”
  (bitscaverna)


  Para quem estudou a fundo as culturas Grega e Romana certos pensadores tão idolatrados como Marx não trouxeram nada de novo ou genial.
  O FATO NOVO foi que muitas teorias puderam ser testadas a fundo no decorrer do século passado e EMPIRICAMENTE se mostraram EQUIVOCADAS.
  Não duvido das ótimas intenções de Karl Marx então vou deixar que ele termine esse texto:

  “O caminho do inferno está pavimentado de boas intenções.”
  (Karl Marx)

  Marx tinha ótimas intenções, mas criou infernos na Terra.




"Luxo Burguês", concordo com Marx, cães são pouco uteis, mas tem uns bonitinhos 😏

William Robson, Capitalista sem perder a ternura.
















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