domingo, 29 de setembro de 2013

Paraíso da Alienação

  “O especialista é um homem que sabe cada vez mais sobre cada vez menos, e por fim acaba sabendo tudo sobre nada.” 
[George Bernard Shaw]


  Bernard Shaw é um filosofo que “eu” considero “socialista”.
  Os pensadores Comunistas/Socialistas [para atacar a Revolução Industrial] criticavam o tipo de trabalho "mecanizado" em que o operário passa o dia todo realizando a mesma operação.



  O cara fica especialista em apertar parafusos por exemplo.
  Mas o fato é que realmente o indivíduo fazendo sempre a mesma operação fica muito habilidoso/eficiente nela.
  Os calos na mão surgem na região necessária, os músculos do corpo se adaptam a situação ficando mais resistentes onde se faz necessário.
  Muitos humanos se adaptam muito bem ao trabalho repetitivo enquanto para outros é insuportável.
  O tempo nos mostrou que o trabalho repetitivo não é um grande mal em si, nem todos ambicionam ou tem talento para trabalhos diversificados.
  O grande mal do "esforço repetitivo" é a LER.
  Atualmente, com todo nosso conhecimento sobre anatomia, ficou fácil prevenir a LER ... a não ser que o indivíduo seja muito "marmota" e não tenha cuidado com seu próprio corpo.
  Toda empresa minimamente bem administrada tem interesse em evitar a LER porque os prejuízos causados por ela são bem maiores que os custos em evita-la.
  Mas isso foi só uma introdução para você entender o motivo desse texto.
  É interessante antes de prosseguir adquirir conhecimento sobre o que foi a Revolução Industrial.


  Pensadores socialistas adoram criticar as condições de trabalho nas indústrias como se trabalhar no campo fosse muito melhor, vamos ver que NÃO.
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  “A alienação do trabalhador relativamente ao produto da sua atividade surge, ao mesmo tempo, vista do lado da atividade do trabalhador, como alienação da atividade produtiva.
  Esta deixa de ser uma manifestação essencial do homem, para ser um “trabalho forçado”, não voluntário, mas determinado pela necessidade externa.
  Por isso, o trabalho deixa de ser a “satisfação de uma necessidade, mas apenas um meio para satisfazer necessidades externas a ele”.
  O trabalho não é uma feliz confirmação de si e desenvolvimento de uma livre energia física e espiritual, mas antes sacrifício de si e mortificação.
  A consequência é uma profunda degeneração dos modos do comportamento humano;”

  Gostei de ler Bernard Shaw um filósofo fascinante.
  (Junto com Nietzsche é um dos meus “inimigos” favorito )



  Talvez por ter lido Shaw antes de Marx ... ler Marx foi uma tortura, li por pura necessidade.
  Um texto chato, enfadonho como tantas teses de doutorado de nossos acadêmicos.

  Usando a dialética Marx está nos sugerindo que o “camponês” trabalha voluntariamente, por prazer!?
  O camponês não é obrigado a trabalhar para sobreviver ... faz serviços que não tem necessidade porque trabalhar no campo é agradável.
  A humanidade viveu “muito bem” sem a agricultura.
  A humanidade ideal para os intelectuais socialistas são aquelas tribos indígena mais primitivas o possível.
  Produção artesanal, vida nômade (sem propriedade), nenhuma mecanização...

  Veja o que Jacques Rousseau dizia:
  [Outro pensador “socialista” bem anterior a Karl Marx]
  "O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado o terreno lembrou-se de dizer "isto é meu" e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo.
  Quantos crimes, guerras, assassínios, misérias e horrores não pouparia ao gênero humano aquele que, arrancando as estacas ou enchendo o fosso, tivesse gritado a seus semelhantes: "evitai ouvir esse impostor; estareis perdidos se esquecerdes que os frutos são de todos e que a terra não pertence a ninguém."


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  Assim como religiosos parecem não ler a Bíblia que tanto adoram, Marxistas parecem não ler a maior obra de Marx “O Capital”.

   A realidade tão ignorada por Marx é que trabalho para grande maioria é uma NECESSIDADE.
  Claro que muitos de nós pode conseguir trabalhar no que gosta e trabalhar com prazer, mas o Estado/Sociedade não tem como garantir que isso aconteça.
  Em todo lugar do planeta em que chegou a industrialização a maioria das pessoas preferiram trabalhar no comércio e na indústria que ficar na agricultura de subsistência.

  A trabalho no campo é pesado, ainda bem que a Industria desenvolveu maquinas para tornar essa atividade menos desgastante.
  Sim, a demonizada mecanização também chegou ao campo.

  Marx nos vende uma ilusão de paraíso ... compra quem quer.

  Quando o Comunismo for implantado em todo planeta todos os trabalhos serão agradáveis e só trabalharemos se quisermos.
  Propriedades serão abolidas, seremos livres par irmos onde quisermos.
  Dinheiro não existirá, tudo será na base de troca.
  Você é bom em escrever poesias?
  Declame alguma para alguém que gosta de cultivar rosas e ele lhe dará uma.

  Você gosta de pescar?
  Seu filho seu filho contraiu uma infecção?
  Pesque alguns peixes e troque com alguém que goste de fazer antibióticos ...
 


 E aqui lhes apresento a chave desse texto:

  É bem mais fácil conseguir simpatizantes/seguidores com ideologias que prometem um PARAÍSO.

  Quando as pessoas não gostam da REALIDADE ou ela não é tão boa quanto elas acham que deveria ser alienam-se em drogas, doutrinas, ideologias que prometam alivio imediato ou a vinda de um paraíso.
  Os pensadores Socialistas praticamente dominam o cenário ideológico.
  Eles falam de algo bem raso, mas de maneira tão bonita que parece profundo.
  Por vezes penso que boa parte do sucesso deles acontece porque os “Capitalistas” não se davam o trabalho de responder por acharem as colocações muito rasas ou por uma estranha vergonha do Liberalismo Econômico”.

  É mais bonito dizer:

 “Um por todos e todos por um.”
(Socialismo)

 Que dizer:

 “Cada um por si e Deus por todos.”
(Capitalismo)

  Uma frase sugere fraternidade a outra egoísmo.
  Uma é bonita a outra (apesar de colocar Deus na equação) parece insensível, um salve-se quem puder.

  Como lá pelos idos de 1800 estava tudo confuso e não sabíamos onde esses movimentos iriam parar, na dúvida os pensadores do Liberalismo Econômico se calavam.
  Era melhor fingir ser fraterno que se mostrar egoísta.
 Da minha parte (como pensador capitalista) defendo que é mais eficiente cada um cuidar de si mesmo e de sua família e esperar/torcer para que o próximo (seu vizinho) faça o mesmo.
 

 Não podemos esquecer também que os meios de produção estarem nas mãos do Estado se tornou uma tradição nas sociedades.
  O que é a Monarquia senão o Estado na figura de um rei controlando a tudo e a todos?
  Lenin, Stalin, Fidel...qualquer ditador é como se fosse um rei.
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  “O especialista é um homem que sabe cada vez mais sobre cada vez menos”.
[George Bernard Shaw]

  Em uma sociedade complexa como a que vivemos não sei como podemos abrir mão de especialistas!?
  Veja o caso da medicina, claro que todo médico tem uma visão geral do funcionamento do corpo humano.
  Mas temos os que se especializam em cirurgias outros em investigações/diagnósticos.
  Cada parte do nosso corpo é tão complexa que o especialista em cirurgia plástica não é recomendado para fazer um transplante de fígado.
  Se seu filho está doente é melhor leva-lo a um pediatra que a um geriatra.

  Vamos analisar “trabalhos menos complexos”, será que são diferentes?

  Um homem que passa muito tempo capinando está fazendo trabalho repetitivo ... se torna um especialista em capinar.
  Ele tem uma visão geral da plantação de café, mas sua especialidade é tirar dali as “ervas daninhas” e faz isso melhor que o médico.

  Tem os que gostam da vida no campo outros preferem as cidades.

  Não sei quanto a vocês, mas eu prefiro apertar parafusos em um barracão abrigado da chuva e do Sol que ficar capinando ou semeando ao relento.
  Tirar leite de vaca é um trabalho repetitivo, não é fácil, você precisa treinar e se especializar nisso.
  Lavar roupa é um esforço repetitivo, com as famílias grandes de antigamente as mulheres passavam boa parte de seu tempo lavando e passando.

  Esforço repetitivo não surgiu com a Revolução Industrial, ele já existia.

  Pensadores como Shaw argumentam que o homem que capina sabe porque esta capinando, quem tira leite de vaca sabe por esta tirando... não é um "alienado do trabalho ou produto".
  Oras, quem aperta o parafuso sabe porque está apertando.
  É para levar algum dinheiro para casa no final do mês.

  Bernard e Marx são diversificados sabem tudo sobre tudo.

  Sou um especialista em Filosofia sei tudo sobre nada... não tenho um paraíso para lhe prometer.
  Se quiser melhorar a realidade podemos caminhar juntos, fico grato pela companhia.
  Se prefere viver movido a promessas de um paraíso ...

  “A vida é sua, estrague como quiser.” 
  



  “As lesões inflamatórias causadas por esforços repetitivos já eram conhecidas desde a antiguidade sob outros nomes, como por exemplo, na Idade velha, a "Doença dos Quibes", que nada mais era do que uma tenossinovite, praticamente desaparecendo com a invenção da imprensa.
  Já em 1891, De Quervain descrevia o "Entorse das Lavadeiras".
[Wikipédia]





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