quinta-feira, 10 de abril de 2014

Financiamento Público de Campanha

    “O mais tolo de todos os erros ocorre quando jovens inteligentes acreditam perder a originalidade ao reconhecer a verdade já reconhecida por outros.”
 [Johann Goethe]

  Já fui muito criticado por esse intenso contato com meus amigos mortos, não sei quantas vezes fui taxado de louco, mas suas histórias e pensamentos sempre foram minha melhor companhia.

  No geralzão não tenho muita afinidade filosófica com Goethe, ele dá voltas desnecessárias em uma questão, torna a leitura cansativa.
  No entanto, em meio tanta encheção de linguiça, há muita coisa boa.

  Escuto bastante que eu gosto de ser do contra!
  Simplesmente ignoram todos meus argumentos apresentados.
  Se eu discordo de uma questão é só para “aparecer”, criar polêmica.

  O “engraçado” é que na maioria das vezes o que eu defendo, os argumentos que apresento não são originais.
  Já foram expostos por pensadores há séculos atrás.
  Eu simplesmente “atualizo” a narração.

  

  Ser “original”, olhar a questão por um lado que ninguém olhou ... tem seu mérito, gosto quando isso acontece comigo.
  Entretanto “ser original” não é um objetivo que persigo, isso simplesmente acontece algumas vezes.
  Em busca da “verdade” [da melhor resposta] tenho que trilhar alguns planos de pensamentos não experimentados.

  “Pessoas inteligentes agem como tolas quando acreditam que perdem a originalidade ao reconhecer a verdade já reconhecida por outros.”

  O objetivo de um bom filosofo deve ser perseguir a verdade, mas quando a vaidade entra em cena a “necessidade de ser original” o cega pra verdade já reconhecida por outros.

  O pensamento expresso por Goete é muito provocativo e observável.
  Pessoas inteligentes não estão imunes a comportamentos tolos.
  Concordo com ele, considero “verdade”.
  Não vou discordar só para ser “original”.

  Separei para vocês uma história tão antiga quanto “edificante”.
  Não se preocupe em ser original, persiga a verdade...
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Império Persa

  “Os persas eram sedentários e agricultores, viviam em conflito e oprimidos pelos vizinhos, os Medos.
   A partir de 559 A.C, surge um nobre chamado Ciro, este se tornou o fundador do Império Persa.
  Ele primeiramente dominou os Medos, mas foi ao conquistar a Lídia que Ciro se transformou em o grande rei Ciro.
  O reino da Lídia era comandado pelo rei Creso, considerado o homem mais rico do mundo, pois tinha muitos tesouros em ouro, prata e pedras preciosas.
  O rei lídio ao ser ameaçado pelos exércitos de Ciro, tentou inutilmente enfrenta-los, porém os medos e persas invadiram e dominaram a Lídia.
  Quando Creso iria ser executado, Ciro mudou de idéia e mandou liberta-lo.

  Livre, Creso indagou Ciro:
 “O que faz os teus soldados com tanta pressa?” 

  Ciro respondeu:
  “Estão saqueando a tua cidade.”

  Creso explicou para Ciro que ele nada mais tinha.
  Todo tesouro que estava sendo saqueado, a cidade que estava sendo destruída e os povos que estavam sendo massacrados, agora pertenciam ao grande rei Ciro.
  [Os soldados estavam saqueando e destruindo a cidade do próprio Ciro, nada mais pertencia a Creso.]
  Ciro ordenou imediatamente que cessasse os saques e os massacres.  
  Assim nasceu uma nova política, que faria do Império Persa, único e que tornaria seus reis temidos e admirados por todas as nações da terra.”



  Se Ciro não mudasse sua visão das coisas será que o Império Persa chegaria a ser tão grandioso?
  Isso não dá para saber, mas sem dúvida nenhuma ocorreu uma mudança fascinante.

  Se você sabe que sua vila será invadida e o exército invasor irá matar a todos sua única alternativa é lutar até morrer.
  No entanto se vai ocorrer apenas uma substituição do atual governo você tem a opção de não colocar a sua vida e de sua família em risco.

  Trazendo para os dias atuais:

  Claro que queremos ter nossa soberania, mas imagine que a Alemanha estivesse na eminencia de invadir o Brasil.
  Se sabemos que os alemães nos matarão ou escravizarão nossa única opção passa ser lutar até a morte.
  Toda América Latina se sentiria ameaçada pensando em qual nação seria a próxima a ser exterminada.
  Fica fácil projetar que toda América Latina se envolveria no conflito e o exército alemão por mais poderoso que fosse poderia não sair vitorioso ou ter baixas além do aceitável.

  Vamos mudar o paradigma como fez Ciro:

  A Alemanha só vai atirar em quem se opor a ocupação, ela destituirá todo o congresso brasileiro e assumirá o controle de tudo.
  Sei lá, a administração alemã pode ser até melhor que a administração atual que temos.
  Percebam que fica bem mais fácil manter um império com esse novo paradigma.
  Vou deixar essa história por aqui, isso foi só para aquecer sobre o assunto de meu real interesse mudança de paradigma

   Paradigma é um modelo ou padrão a seguir.
  Etimologicamente, este termo tem origem no grego paradeigma que significa modelo ou padrão, correspondendo a algo que vai servir de modelo ou exemplo a ser seguido em determinada situação.
  [Significado]

  No tempo de Ciro o padrão era invadir outros povos saquear tudo, matar ou escravizar homens, mulheres e crianças.
  Ciro mudou o paradigma, dominava a região sem mais carnificina além da guerra, respeitava as crenças e tradições, cobrava impostos do povo dominado o qual passava a governar.

   Hoje em dia dispomos de ferramenta tecnológicas que nos permitem grandes mudanças de paradigmas.

  Um exemplo:

  Financiamento público de campanha sem ter o Estado como intermediário, apenas como agente regulador.

  O Estado deve garantir recursos mínimos (fundo eleitoral) para que o candidato (independente da classe social) tenha condições de competir.
  Basicamente seria tempo de rádio e TV nada muito além disso.

  O candidato estaria livre para conseguir mais recursos financeiros para sua campanha tirando do próprio bolso ou pedindo doações.

  Essas doações só podem ser feitas por pessoas físicas através do CPF.

  O indivíduo ao ter o registro de sua candidatura aceito abre uma conta no banco exclusiva para doações de campanha, essa conta de alguma forma será controlada pelo TSE, quero dizer que o TSE terá acesso a visualização de entradas e saídas.

  Uma das habilidades do candidato deve ser "legalmente" arrecadar dinheiro, uma espécie de seleção natural dos mais aptos.

  Hoje em dia a maioria das pessoas tem celular com acesso à Internet, contribuir com a campanha de qualquer candidato é acessível a todos.
  Eu não me importo de contribuir financeiramente com o candidato da minha preferência.
  “Por enquanto” estou optando por Eduardo Campos (10 de Abril de 2014) se tivesse em seu Face um meio fácil de contribuir com 50 reais para sua campanha via cartão de crédito eu faria isso.
  Caso ele fosse para o segundo turno poderia contribuir com mais uns 100 reais.
   Individualmente não é muito, mas pense em 500 mil pessoas fazendo esse tipo de doação, é um bom “financiamento público” de campanha aos moldes de um Liberalismo Econômico.
  Cada um é livre para contribuir com quem e quanto quiser e a interferência mínima do Estado.

  Aqui vale uma observação “original”.
  Vejo muitas pessoas tratando o fundo eleitoral como financiamento público.
  Caraca, o fundo eleitoral vem do dinheiro dos impostos, é um Financiamento Estatal de Campanha.
  Sim, a origem do dinheiro continua sendo público, mas os meios de captação e distribuição estão nas mãos do Estado.

  O que eu proponho é que o Estado disponibilize a ferramenta para que o próprio candidato capte os recursos e cada eleitor contribua de acordo com sua vontade/possibilidade.
 
  Sim senhoras e senhores é uma grande mudança de paradigma do que seria “financiamento público de campanha”.

  Essa mudança se tornou possível porque temos tecnologia pra isso.

  Como há pessoas muito ricas de certo teremos que impor limite para contribuições.
  Sei lá, o limite poderia ser por “hierarquia” do cargo político.
  Cada indivíduo poderia contribuir com até 50 salários mínimos para vereador chegando até 500 salários mínimos para Presidente.
 [Só uma sugestão sem nenhuma análise técnica]

  Perceba que se o político quer doações para sua campanha terá que ter boas propostas "viáveis" para fazer ao povo.
  Terá que agradar ao povo e não ficar refém de uma empresa ou grupo econômico.
  Qualquer arrecadação fora da conta disponibilizada pelo TSE será crime eleitoral com duras punições além do cancelamento da candidatura, chega de "receitas não contabilizadas". [Caixa 2]

  E se o candidato consegue consegue poucos recursos?

  Vai ter que se virar com o que conseguir é a seleção natural de um bom administrador.
  No passado a grande dificuldade era o cidadão poder divulgar suas ideias, mas hoje a Internet resolveu esse problema de maneira barata.
  Vejam meu caso, eu divulgo a custos bem baixos meus pensamentos a nível nacional, claro que sou um zero à esquerda em termos de popularidade, mas não posso dizer que minha liberdade de expressão está sendo cerceada ou que minhas propostas não estão sendo divulgadas.

  O que me preocupa é a situação oposta ... o cidadão ficar milionário apenas se candidatando.

  Sim isso é possível, aqui em Campinas o segundo colocado na disputa para prefeito obteve 231.420 votos se cada eleitor contribuísse em média com 10 reais seriam arrecadados 2.314.200.
  Supondo que os gastos fossem de 1.314.200, ocorreria uma sobra de campanha de 1 milhão.
  O que fazer com esse dinheiro?

  As sobras de campanha deveriam ter uma destinação prevista em lei como acontece com a arrecadação das loterias.

  Uma parcela pode ir para um fundo partidário o restante para área de saúde, educação ou segurança “onde ocorreu o pleito”.
  Sobras de campanha de vereadores e prefeitos ficariam no município.
  Deputados estaduais e governadores, com o Estado.
  Deputados federais, senadores, presidente, com a União.
  [Só uma sugestão sem nenhum estudo técnico]

   Antes de você ficar resmungando que isso não daria certo lembre-se mais uma vez que temos tecnologia para isso e que igrejas sobrevivem até nababescamente com doações de fiéis.

  A maioria das instituições de caridade sobrevivem com doações.

  Se você acredita na capacidade e boas intenções de um candidato porque não fazer doações para sua campanha?

  Uma cidade, um Estado, um país bem administrado é bom para todos.
  Se o tempo que você passa esperando tanto de algum deus fosse dedicado mais a escolher bons políticos a vida aqui na Terra seria bem melhor.

  Quando alguém fica doente, em geral, o sistema de saúde te traz uma ação mais efetiva que seu “líder espiritual”.

  Por mais que seu filho leia a Bíblia ou qualquer outro livro sagrado o que vai prepara-lo para uma boa vida profissional é a ESCOLA.

  Uma igreja a mais no seu bairro não vai fazer muita diferença, em muitos casos só barulho, mas um posto policial é bem útil.

   A religião pode ser muito importante para outro mundo...se ele existir.
  Nesse mundo o importante mesmo é a POLÍTICA.

    Essa lógica entra em sua mente?



   Texto complementar:

  “Nos organizamos politicamente para termos bens públicos e não para que o Governo seja nossa mãe, nosso PAIZÃO.
  Até no caso de pai e mãe depois dos 18 anos somos legalmente independentes, não podemos ficar sobre a responsabilidade de nossos pais para sempre a não ser que tenhamos alguma grave debilidade.
  Iluminação, rede de esgoto, hospitais... não surgem como obra do Espirito Santo.

   Se tem asfalto na sua rua é porque alguém direcionou o dinheiro dos impostos para que isso acontecesse, não foram duendes que asfaltaram sua rua enquanto você dormia.” 


  Uma última provocação:

  Não sou ateu, mas participo de grupos de ateus no Face e G+.
  É espantoso como ateus são tão viciados em religião quanto os crentes mais fanáticos.
  Passam o tempo todo criticando a Bíblia e religiosos.
  Apesar de serem poucos, seria interessante que pelo menos os ateus priorizassem a política na solução dos problemas.
  Entretanto são fixados em acabar com as religiões, essa é a ideologia que os move.
  Desse mato não sai coelho ...




  Em quem você vai votar e porque ... isso é importante.


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