segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Verdades Convencionais

 “A verdade não pode ser trazida para baixo; é o indivíduo que deve fazer o esforço de ascender até ela."

[Jiddu Krishnamurti]

 

 


  Entendo o que Jiddu quer dizer, mas prefiro o pensamento de Charles Chaplin:

“O assunto mais importante do mundo pode ser simplificado até ao ponto em que todos possam apreciá-lo e compreendê-lo.
  Isso é, ou deveria ser, a mais elevada forma de arte.”



  Buscar a verdade em qualquer assunto é essencial em filosofia.
  Não se trata de "trazer para baixo a verdade", mas simplifica-la a ponto que a maioria das pessoas possam entender.
  É o que faço, me acho muito bom nisso.

  A verdade para mim é a melhor resposta no momento, se no próximo momento aparecer uma resposta mais satisfatória ela passa a ser a verdade.
  Há verdades que consideramos imutáveis, não esperamos que elas mudem com o tempo.
2 + 2 = 4

  Pensadores como Jiddu dizem que isso não é uma verdade porque  é baseada numa convenção.
  Alguém convenceu outros a aceitarem o símbolo “2” como representando um par de coisas, logo, sua mente ao aceitar esse símbolo está presa a ideia de alguém.

  É verdade o que Jiddu prega, mas não sei que tipo de mundo poderíamos construir se não entrássemos em um acordo sobre símbolos.
  O objetivo dos símbolos é facilitar a comunicação uma vez que não temos o poder de ler mentes.
  Até os animais dito irracionais tem seus sinais.
  Como nosso cérebro é mais sofisticado desenvolvemos uma gama muito maior de símbolos o que nos permitiu trocar e somar conhecimentos até chegarmos em nossa fabulosa tecnologia atual.

  Se um dia encontrarmos uma civilização extraterrestre inteligente de certo ela deve ter seus cálculos matemáticos com símbolos totalmente diferentes dos nossos.

  Em nossa própria civilização os números arábicos demoraram a ser um consenso.
  Por menos estudo que você tenha deve conhecer pelo menos os números romanos que são diferentes dos arábicos.
I, II, III, IV, V. Números romanos
1, 2, 3, 4, 5. Números arábicos

  Chegamos à conclusão que uma verdade plena não pode ser encontra nem em uma simples equação matemática: 2+2=4

  Mas é verdade que usando essa convenção nossa comunicação fica mais eficiente.
  Da minha parte não vejo motivos para desconsiderarmos essas verdades convencionais.
  Muitos pensadores fazem um drama danado com isso, eu os chamo de pensadores do "tudo é tudo e nada é nada" é o tipo de filosofia que anda em círculos sem nos levar a lugar algum.

 Exemplo:

  Se alguém me diz que está apaixonado entendo o que a pessoa quer dizer. 
  O que convencionamos chamar de amor é em linhas gerais um interesse profundo/romântico por outra pessoa.

  Mas para Jiddu...

👨 : Sinto amor por aquela mulher.

 Jiddu Krishnamurti: Sabe, de fato não temos amor – essa é uma coisa terrível de se perceber.
  De fato não temos amor; temos sentimento; temos emocionalismo, sensualidade, sexualidade, temos lembranças de alguma coisa que pensamos que era amor.
  Mas de fato, brutalmente, não temos amor.
  Porque ter amor significa não ter violência, nem medo, nem competição, nem ambição.
  Se você teve amor, nunca dirá, "Esta é minha família."
  Você pode ter uma família e lhe dar o melhor que pode; mas ela não será "sua família" que está em oposição ao mundo.
  Se você ama, se existe amor, existe paz.
  Se você amasse, educaria seu filho não para ser nacionalista, não para ter apenas uma profissão técnica e tratar apenas de seus pequenos assuntos; você não teria nacionalidade.
  Não haveria divisões de religião, se você amasse.
  Mas como essas coisas de fato existem – não teoricamente, mas brutalmente – este mundo hediondo, mostra que você não tem amor.
  Mesmo o amor da mãe por seu filho não é amor.
  Se a mãe realmente amasse seu filho, você acha que o mundo seria assim?
  Ela cuidaria que ele tivesse o alimento correto, a educação correta, que fosse sensível, que apreciasse a beleza, que não fosse ambicioso, ganancioso, invejoso.
  Então a mãe, conquanto ela possa pensar que ama seu filho, não ama.
  Então não temos esse amor."


  Jiddu eleva o amor a um patamar tal que nenhum humano é capaz de alcançar, logo, você acredita que está sentindo amor, mas não está sentindo “nada” que se aproxime dessa situação.
  Ao mesmo tempo Jiddu sugere que amar é "tudo" que importa...

  Eu defendo que ➽gostar é mais eficiente.



O Seu Jiddu disse que não é amor...








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