sábado, 17 de março de 2012

Companheiros

  “Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros.”
[Che Guevara]

  Com o passar dos anos meu “coração” ficou frio para muitas coisas.
  Não é que eu tenha perdido a sensibilidade, apenas me conformo, aceito melhor as opções das pessoas.
  Se um povo opta pela guerra (Síria) é evidente que isso traz consequências terríveis.
  Se alguém mesmo sabendo dos riscos do uso de drogas decide experimentar, não sou eu que vou me encher de culpa.

   Mas sim, ainda fico indignado com injustiças, tanto que ataco muito nesse Blog a morosidade da justiça e as penas brandas.

  Se fico indignado com injustiças isso me torna companheiro de Che?

  Vejamos.

1 - Entendo que por vezes guerras são inevitáveis, mas essencialmente sou pacifista.
  Apesar de ter porte avantajado, evito ao máximo fazer uso da força.
  Já tive que derrubar pessoas e me limito a isso, não parto pra cima, ainda não espanquei ninguém.
  Che gostava de guerra, corria atrás delas.

2 -  Defendo pena de morte para crimes hediondos.
  Não mataria alguém apenas por não concordar com minha ideia de como deveria ser o mundo.
  O mesmo não podemos dizer de Che ...
  


3 - Não gosto de ver ninguém passando fome, me comove muito, ainda mais se for criança.
  Com tanta fartura no planeta acho injusto que alguém passe fome.
  No entanto entendo que comer do bom e do melhor não é para todos, depende em qual condição a pessoa nasce e administra a própria vida.
  Quero dizer que ... a família não ter o que comer em casa me deixa indignado, caracteriza miséria que pode e deve ser evitada.
  Se a família tem comida suficiente, mas não tem “banquete” todo dia, não pode ir com frequência a um bom restaurante ... é aceitável.
  Na minha casa raramente tem banquete e não podemos nos dar ao luxo de ir frequentemente a bons e “caros” restaurantes.

  O que penso das famílias mais abastadas que enchem os bons restaurantes?
  Bom para elas, se conseguiram seus bens honestamente, tem mais que usufruir mesmo.
  Geram empregos, movimentam a economia.

  E no caso oposto de uma criança faminta?
  Se encontramos uma criança com fome a primeira providência é dar-lhe alguma coisa para comer.
  A segunda ação é saber porque ela está passando fome, se é irresponsabilidade dos pais ou dificuldade financeira deles.
  Irresponsabilidade pode ser denunciada no Conselho Tutelar com profissionais capacitados para tomarem as devidas providências.
  Se for dificuldade financeira há programas do Governo e entidades assistências que podem dar suporte a esta família.

   Enquanto Governo devemos manter uma rede de proteção básica para os mais necessitados.
   Como cidadãos é desejável que contribuamos com entidades assistências CONFIÁVEIS.

   Se você tem fartura em casa, é CIVILIZADO repartir com quem não vive um bom momento, chamamos isso de FRATERNIDADE.

  Homens como Che ficam indignados ao ver faltar pão para uma criança e elegem como vilão o padeiro!!

  O dono da padaria é um explorador de homens.

  “Exploração do homem pelo homem.”

   A solução é se apropriar do comércio e vender pão a preço de custo.
  Para Che o motivo da criança estar passando fome é o dono da padaria desejar ter LUCRO.
  A fartura que a família do padeiro vive é a causa da miséria em outra família...

  Conhecem a “lei” da mais valia. 😊

   A indignação de Che diante de uma criança com fome deve ser parecida com a minha, no entanto a solução do problema caminha em direções opostas, logo, não tenho como ser companheiro de Che.

  Em uma guerra, estaríamos em exércitos opostos, mas prefiro a paz, conquistar mentes e corações, através da palavra e bons exemplos.
 




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