quinta-feira, 1 de março de 2012

Próxima Geração


 “Quando temos preguiça de ir a esquina para comprar pão, quando levamos uma vida sedentária.
   Não ensinamos que nossas pernas são o carro?
   Depois damos bronca nos filhos que vivem somente dentro de casa, diante da TV?!
   Quando não buscamos informações em livros, mas só no Google.
   Quando a correria ganha da leitura, do devocional.
   Não ensinamos que só sabemos pensar através de um computador?
   Mas chamamos a atenção da criançada por não fazer a tarefa de casa, por não ler o livro indicado pelo professor…”
 [Fernanda Rossi – Psicóloga – Link indisponível]

  Lição de casa:
  Não gostar de fazer lição de casa não é uma coisa que começou nos dias de hoje, não sei como podemos atribuir isso a algum acontecimento da vida moderna.
  É nosso dever de pais nos preocuparmos com a boa inserção de nossos filhos na sociedade então é natural que peguemos no pé deles para que estudem, mas já fomos crianças e sabemos que gostoso mesmo é brincar.
  Duvido que uma criança nascida em 1900 não preferisse brincar que estudar ou trabalhar.

  Carros:
  No passado quem podia tinha cavalo, carroça, as crianças cobiçavam os meios de transporte de suas épocas.
  O que tinha era bicicleta, andavam de bicicleta.
  Carros eram muito caros, um sonho tão distante para maioria da população que provavelmente nem pensavam muito nisso.
  Quantos de nós pensa muito em ter um jatinho particular?
  É uma coisa tão fora da realidade da maioria que nem faz parte dos nossos pensamentos no dia a dia.

  Google:
  Sites de busca são ferramentas de pesquisa bastante úteis.
  Muito mais fácil de serem utilizados que a Barsa impressa, por exemplo.
  Porque eu pesquisava na Barsa tenho que obrigar minha filha a fazer a mesma coisa, ainda que tenhamos ferramentas melhores!?

  Computador:
  Só consigo escrever tantos textos graças ao Word e ao Google.
  Minha memória não é boa, eu lembro de uma sequência de eventos ou parte de alguma informação, os sites de busca facilitam a pesquisa.
  Sem eles os textos demorariam para serem publicados.
  É como você lembrar o trecho de uma música, mas não lembrar do nome ou do resto da letra.
  A pesquisa preenche as lacunas.

   O Word é maravilhoso meus cumprimentos a Microsoft e seu eficiente Office.

  Minha mãe era faxineira, com muito sacrifício me comprou uma calculadora quando eu era bem criança.
  Não sei precisar exatamente quando, mas não era um produto tão barato quanto é hoje, só sei que até dormi com o aparelho, apertando as teclas só para ver os números aparecerem, por um tempo fiquei conferindo no lápis se a resposta da calculadora estava certa...
😆

  Minha filha de 8 anos ganhou um notebook só dela, imaginem a emoção.
  A quantidade de recursos é incrível, ela fica conversando com parentes no Paraná e colegas da escola que também tem acesso a computadores.    
  Navega pelo mar de informações que nos traz a Internet, essa grande maravilha do NOSSO TEMPO.

  Minhas filhas terão mais tempo e oportunidade de descobrirem seus talentos, um tempo que eu não tive, pois estava lutando pela sobrevivência.







  Já li muito sobre a história da humanidade, é incrível como a geração dominante sempre prega que a próxima geração está perdida.

  Na história recente acho que nenhuma geração foi tão criticada pela anterior quanto quem era jovem nos anos 60 com aquela frase de “sexo, drogas e rock in roll.”
  Quem tinha 20 anos em 60 hoje é um senhor respeitável de 72 anos.
  O importante é perceber que estamos aqui e bem, não foi o fim do mundo.
   Tivemos até bons presidentes desses tempos como FHC e Bill Clinton, ou Reagan e a grande primeira ministra Margaret Thatcher.
  Até o muro que separava a Alemanha foi derrubado por esses “jovens”, por essa “geração perdida”, de 60.
  Sem falar nas maravilhosas canções que essa geração compôs para nós, muitas inesquecíveis.

  A triste novidade trazida hoje até nós é que nossa geração não se limita em pregar que a próxima geração está perdida, mas que a CULPA disso é toda nossa!!

  Não concordo com o sermão da Fernanda, muito dramático.
  Os pais de hoje são tão bons quantos os de antes, acredito que no geral são até melhores, hoje em dia reconhecemos de forma mais abrangente os anseios das crianças.
  Não vejo sentido em encher nossa geração desse sentimento de culpa de que estamos dando maus exemplos para nossas crianças.

  Se a criança não tem algum grave problema mental ... é um ser pensante também tem sua parcela de responsabilidade em separar o joio do trigo, em direcionar sua própria vida.

   O que acontecerá a essa geração?

  O mesmo que aconteceu com a minha, estudarão, trabalharão, viverão amores, terão sucessos e fracassos, alegrias e decepções, alguns progredirão muito na vida, outros não terão tanta sorte, alguns não viverão o bastante para envelhecer...e a vida segue.

  Daqui 30 anos o notebook que trouxe tanta alegria a minha filha será uma peça de museu como é hoje minha antiga calculadora.
  Ela com 38 anos talvez já tenha filhos que estarão com novos brinquedos ainda mais avançados.   
  “Espero” que minha filha não fique neurótica com os brinquedos dos filhos.
   Os brinquedos preparam as crianças para os desafios do seu tempo. 
  Antigamente os trabalhos eram mais braçais e as brincadeiras eram braçais.
  O trabalho está ficando mais mental e as brincadeiras vão na mesma direção.

  Hoje é o vídeo game, antes era o “aquaplay”.  
 (Quem se lembra?)



  Antes as crianças sonhavam em ser radialistas, depois artistas de cinema, TV e agora “YouTuber”.

  Por esses dias escrevi sobre Jobs, ele não foi um jovem muito fácil de lidar, foi maconheiro declarado.
  Para sua sorte (e nossa) nasceu em um país livre que impõe seus limites sem cercear a liberdade.
  Foi criado no Vale do Silício, teve acesso a bons “brinquedos”.


  Minha aposta é que a maioria dessa nova geração construirá um mundo melhor e mais eficiente.

  Boa sorte a minhas filhas, desejo tudo, mas tudo de bom mesmo para a PRÓXIMA GERAÇÃO.

  Não assumirei culpas que não tenho, eu não...

  Quero terminar este texto rendendo homenagem a um dos maiores Capitalistas (e criança pestinha) de todos os tempos, meu amigo, nosso amigo, Thomas Edison...




 “Em 1853, a família mudou-se para Port Huron.
  Na escola, a única da cidadezinha, o rapaz tinha problemas.
  Seu professor, o padre Engle, dizia que ele "tem o bicho no corpo, que é um coça-bichinhos estúpido, que não para de fazer perguntas e que custa a aprender".
  Além disso, o garoto recusava-se a fazer as lições.
  Vão-se três meses de aulas e Thomas Edison deixa a classe.
  Nunca mais voltaria a frequentar uma escola.
  A mãe toma a seu cargo a educação do menino e ele, por seu lado, aprende o que mais lhe interessa.
  Acaba por devorar todos os livros da mãe com temas sobre ciência.
  Monta um laboratório de química no sótão e, de vez em quando, faz tremer a casa.”
 [Wikipédia]



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