sexta-feira, 9 de março de 2012

Religião Flex


 “Não é só na China que vigora a política do filho único.
  Na Igreja Universal ela também existe para os pastores.
  Mas enquanto a China dá sinais de que pode afrouxar a lei, na igreja de Edir Macedo a regra (não escrita) está sendo reforçada.
  Internamente, a cúpula da Universal passou a tratar o tema com mais rigor: um filho é o ideal para os pastores; dois, o máximo.”




  Concordo com a orientação da Igreja Universal.

  Para diminuir a população da Terra temos que incentivar as pessoas a terem no máximo 2 filhos.

  Filhos bem cuidados dão um grande gasto, logo, financeiramente é bem mais fácil custear apenas 2 crianças.

  Criança requer muita atenção, em uma família nesse padrão ficaríamos com 2 adultos para cuidarem de 2 crianças o que é bastante satisfatório, sem contar que ainda podemos ter algum apoio dos avós.

  O gasto com escolarização pode ser bem maior por parte dos pais e até menor por parte do Governo uma vez que teríamos menos crianças, com menos escolas para dividir a verba.

  Olhando lá para frente até a divisão de heranças ficaria mais tranquila...😊 (É só dividir por 2)

  Enfim, em se tratando de qualidade de vida não tenho dúvidas que no estágio atual da humanidade 1 ou 2 filhos por casal seria o ideal.

  A divulgação pela mídia do planejamento de natalidade na IURD criou mais um ponto de convergência entre eu e o Edir Macedo.
  
  Seria maravilhoso que a IURD fizesse está pregação em seus cultos, não restringisse só aos pastores.

  Seria maravilhoso que todas as religiões estimulassem seus fiéis a paternidade responsável.

  Mas vamos focar no cristianismo que é mais a nossa praia...

  O cristianismo tem conteúdo filosófico muito fraco,
 isso o torna bastante flexível, o que é bom, dá para induzir seus seguidores a uma vida mais civilizada sem abalar seus dogmas.
  Talvez essa seja a razão do seu “sucesso”.

  Sempre tem um versículo, uma passagem meia dúbia que manipulada para o bem 😊  pode justificar qualquer coisa.

  Exemplo:

  Sua esposa te traiu!

  Lembra da passagem da adultera?
  Pela doutrina Cristã não seria uma aberração perdoa-la desde que ela se propusesse a não te trair mais.
  (Os islâmicos são muito mais rigorosos com o adultério feminino.)
  Se sua esposa te traiu, você como Cristão tem dois caminhos civilizados a seguir:

  Pode perdoa-la ou terminar o relacionamento.

  Não seria civilizado você cometer um crime de “honra” a matando, prendendo, apedrejando ou torturando.



  Entendam que o cristianismo “filosoficamente” é o Novo Testamento.
  O Velho Testamento serve mais para criar uma base histórica. 

  Talvez, devido ao Cristianismo ser tão flexível se adaptou bem ao Capitalismo.

  Principalmente depois que o movimento Protestante cessou com a condenação do lucro feita pelo Catolicismo.

    O que o Novo Testamento nos fala sobre Bancos?

  Vejam que passagem interessante:
 
  Pois será como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens.
  A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um a cada um segundo a sua própria capacidade; e, então, partiu.

  O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou outros cinco.
  Do mesmo modo, o que recebera dois ganhou outros dois.

  Mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor.

  Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles.
  Então, aproximando-se o que recebera cinco talentos, entregou outros cinco, dizendo:
  Senhor, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei.

  Disse-lhe o Senhor:
  Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor.

   E, aproximando-se também o que recebera dois talentos; disse:
   Senhor, dois talentos me confiaste; aqui tens outros dois    que ganhei.
    Disse-lhe o Senhor:
    Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor.

  Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse:
  Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste, receoso, escondi na terra o teu talento; aqui o que é teu.
   Respondeu-lhe, porém, o senhor:
   Servo mau e negligente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde espalhei?
   Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros; e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu.
   Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem dez.
   Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado.
    E o servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas.
   Ali haverá choro e ranger de dentes.

   [Evangelho de Mateus cap. 25 vs. 14-29]


  Já ouvi muitos cultos onde os pastores (e padres) dão uma “ajeitadinha” para distorcer esse texto, dizem que a passagem está falando de talento no sentido de dom.

  Deus dá dons para cada um e espera que façamos bom uso.

  Para mim vale mais o que está escrito literalmente.
  Embora “filosoficamente” nada nos impeça de relacionar com algo “maior”.

  No entanto tendo como base o Novo Testamento, nessa passagem, fica claro que o Cristianismo NÃO condena o lucro, juros e ainda abençoa grandemente o bom administrador.

  VIVA O CAPITALISMO!

  Grita AMÉM amado.
😆

  Para terminar...

  Em um debate o cidadão disse que essa passagem é falsa porque naquele tempo não existia Bancos.
  Evidente que o sistema bancário como conhecemos hoje não existia, mas havia seu embrião.
  O mesmo podemos dizer de escolas, hospitais, instituições de caridade...
  Na Roma antiga não tinha ruas asfaltadas com fios subterrâneos e iluminação elétrica.
  Mas havia ruas com o que se dispunha de tecnologia na época.
  O mesmo podemos dizer dos Bancos.


 O texto antigo testamentário apresenta cobranças de juros como licita quando esta operação era feita com estrangeiros (conf. Dt 23,20).
  Embora muito judeus não vissem com bons olhos o empréstimo de dinheiro com cobrança de juros, isto era considerado uma usura.

  No tempo de Jesus o sistema econômico era muito ativo, com transações econômicas, cobranças de impostos, dízimos para o Templo de Jerusalém, mas evidencia-se uma situação ainda precária do que é chamado na Bíblia de “banco” ou “banqueiros”, querendo comparar aos moldes atuais.

  O Templo de Jerusalém era considerado no aspecto econômico como um Banco.
  O lugar mais seguro para se guardar o dinheiro dos dízimos os tesouro do templo em ouro e prata e valores que seriam emprestados aos estrangeiros.   
  No templo existia segurança militar e presença sempre de muitos soldados.

  Os cambistas que o episódio da expulsão dos vendilhões do Templo fala negociavam o dinheiro em troca de uma taxa, e recebiam dinheiro emprestado pagando juros aos investidores.  
  Portanto, nos dias de Jesus, esses cambistas que atuavam na área do templo eram considerados e chamados de “banqueiros”.




  Vixe, comecei a meditar sobre a Igreja Universal e paternidade responsável, passei por infidelidade conjugal e vim parar no sistema bancário!
  Se alguém conseguiu acompanhar ... fico grato pela companhia.
  Sei o quanto sou complicado.
  O Senhor deve ter me dado o talento de suportar bem a solidão filosófica.
  Não sei se administro bem esse dom, nem sei se é um "presente".

  Serei eu mais um servo inútil lançado fora nas trevas...


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