terça-feira, 31 de julho de 2012

Metade da Festa


   “Antes de desejarmos ardentemente uma coisa, devemos examinar primeiro qual a felicidade daquele que a possui.”
[François de La Rochefoucauld]

  Uma colega me falou de seus planos de ir tentar a vida na cidade de Três Corações.

  “Três Corações é um município brasileiro do estado de Minas Gerais.
    Com cerca de 828 km² e 72 mil habitantes é um dos principais centros urbanos do sul do estado.
    Situa-se a cerca de 287 km de distância da capital estadual, Belo Horizonte.”


  A colega quer sair de Campinas porque:

👩 “Aqui não tem nada!”

  O que será que tem em Três Corações que não tem em Campinas?
  Praia sei que não é.
  E mesmo que tivesse para mim não seria um atrativo.
  Não invejo quem mora perto do mar, não vejo muita graça em estar na praia.
  O Sol escaldante, a areia entrando por todos os poros...me sinto desconfortável e sujo.
  Se a praia está deserta nos sentimos tão solitários, tudo parece tão longe, somos tão pequenos diante da imensidão do mar.
  Se está lotada a sensação é ainda pior, o excesso de gente me incomoda, temos que disputar tudo, até espaço, fila para usar um banheiro encardido...

  Mas minha opinião/gosto não conta, sou muito chato, ainda bem que não são todos iguais a mim.
  No entanto observo que uma coisa legal na praia é “ir até ela”, sair de nosso habitat natural.
  Para nós do interior viajar, “pegar a estrada” (desde que não esteja congestionada), “ir para o litoral”, mudar nossa paisagem... é metade da festa.
  Parar na beira da estrada tirar foto, comer alguma fruta ou especialidade da região.
  Morar no litoral tira metade da graça porque tira o prazer da viajem.

  Guarde esse ditado antigo:

“Cuidado com o que pede porque pode acontecer”.

  Você acredita que sua alegria estará em morar no litoral e luta insistentemente para que isso aconteça.
  Quando acontece percebe rapidamente que perdeu metade da festa, por consequência a alegria diminui.
  É evidente que se você realmente adora praia mudar para o litoral será bastante satisfatório.
  Quando visitar parentes no interior será sua festa de viagem.

  Por isso meu amigo Sócrates tem como uma das bases de sua Filosofia o “Conhece-te a ti mesmo.”

  Se realmente gosta de praia ou se é um lugar que gosta apenas de visitar é algo que só você, analisando profundamente seus sentimentos, pode responder.

  É surpreendente o número de pessoas que fazem alguma coisa só para não desagradar os outros ou porque está na “moda”.

  Será que minha colega se conhece bem?
  Ela tem boa vida em Campinas, é muito apegada a família que... mora em Campinas; descartamos saudade de pai, mãe, irmãos.

  Ela é casada, ama o marido então descartamos a hipótese dela ir atrás de um grande amor em Três Corações.

  Existe uma “possibilidade” de negócios lá, transporte escolar, mas é o tipo de atividade que tem muito mais mercado em Campinas.
  Se é para arriscar lá o mais lógico seria arriscar aqui.

  Essa opinião que Campinas (ou a cidade que você mora) não tem nada é interessante, escuto muito isso, vamos seguir por esse caminho, será útil para muita gente.

  To be continued...


   




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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Roupa de Crente

 “Raramente conhecemos alguma pessoa de bom senso além daquelas que concordam conosco.”
 [François Rochefoucauld-1613 a 1680]

😆

  Temos essa tendência de considerar coerentes apenas quem tem opiniões bem próximas das nossas.
  Pensar exatamente igual em tudo ninguém pensa.
  Quem é islâmico considera coerente seguir Maomé
  O cristão acha coerente seguir Jesus.
  Para o ateu bom senso é não ter crença nenhuma.

  Opinião todo mundo tem o que falta é argumentação.

  Respeito todas as opiniões, mas o importante para mim é como são fundamentadas.

  Acho estranho quando nem a crença da pessoa fundamenta a opinião dela.
  Vejam um caso.

  Tenho colegas mulheres que nunca colocam calça comprida... pelo menos em público.
 
 👩 “Mulher seguidora dos evangelhos não deve usar calça.”
 
  A maioria das mulheres que aboliram o uso de calças não tem uma boa fundamentação sobre essa proibição.
  É assim e pronto, o pastor disse, a comunidade cobra.

  Mulher “direita” deve usar saia ou vestido essa é uma opinião, mas qual seria a argumentação?

Argumento
1 - Razão, raciocínio que conduz à indução ou dedução de algo.
2 - Prova que serve para afirmar ou negar um fato.

  Na Bíblia ainda não encontrei um capitulo determinando que mulher não pode usar calças, até porque poucos povos usavam algo parecido com as calças que usamos hoje.
  Gregas e Romanas usavam “camisolões”, índias andavam seminuas em climas quente; em regiões frias se cobriam com peles.
  A argumentação de que a Bíblia não proibiu porque não existia não é boa, a Bíblia segundo os crentes foi escrita pelo Espirito Santo de Deus, conhecedor do passado, presente e futuro, não prever o uso de calças é uma falha grave para um livro perfeito.
  No entanto um genérico:
  “Mulher, não usarás roupas de varão”.
  Já seria satisfatório, mas nem isso.

  

  Outra argumentação é que a calça realça as formas da mulher tentando o homem sexualmente.
  É estranho!
  Vá a qualquer igreja evangélica e analise a vestimenta das mulheres, principalmente as mais jovens.
 As blusas são bastante sexys, usam sutiãs que valorizam os seios, não é raro encontrar generosos decotes.
  As saias tem corte que realça o traseiro melhor do que faria uma calça jeans, explico...
  Um traseiro bem feito fica bonito em qualquer tipo de roupa, mas um mal feito fica bem disfarçado com o uso de saia ou vestido.
  Aqui não precisamos da Matemática basta observação.

  Pense naquela sua colega com traseiro sem um designe bonito, grande demais, pequeno demais, caído, “chupado para dentro” ... 😄
  Como a calça fecha por baixo delineia o contorno, se não tem enchimento, mostra o traseiro como ele é.
  A saia/vestido é diferente.
  Não fecha em baixo, insinua o traseiro e o resto fica por conta da imaginação do homem.
  Sabemos que a imaginação do homem é bastante generosa com relação ao corpo feminino.
  Quantas vezes você já viu uma mulher de vestido e a achou muito bonita, mas quando colocou calça, bem... não era aquela maravilha toda.
  O vestido tendo bom corte torna qualquer mulher mais elegante. 
  Um paralelo com os homens seria o terno.
  Terno com bom corte torna qualquer homem mais elegante.
  Logo, dizer que saia torna a mulher menos sexy/elegante atentando menos os homens não me parece uma argumentação válida.

  Mas a grande provocação dessa meditação é:

  Um homem que diz aceitar Jesus, vai ao culto orar e louvar, mas “desvia da fé” pelo simples fato de uma mulher estar usando calça...
  Esse cidadão está com a “vestimenta certa” para salvação!?

  Decifra-me ou te devoro!



  Ele vai para o inferno ou não vai?

 "Ha hai, hi hi"








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1 - 👨 “Podem me chamar de conservador, pois eu aprecio bem mais, mulheres que usam saia! Fica mais feminina”
[Comentarista Mewe]         

  Eu também gosto.
  Por isso se a intenção é desestimular o libido nos homens ... é um tiro no pé.

  Os islâmicos pelo menos são mais coerentes nessa questão, já cobrem o material todo 😄


2 - Sou democrático.
  Aqui no Brasil nenhuma mulher ou homem é obrigado a frequentar determinado templo/igreja.
  Mas se decidiu fazer parte de uma comunidade tem que se adaptar as regras.
  Na igreja Presbiteriana da qual eu fazia parte, as mulheres não tinham nenhuma restrição quanto a cortar cabelos, raspar pelos, usar calças...
  Quem se sente bem em doutrinas mais restritivas ... tudo bem.
  Saudações democráticas!
 Estou exercendo minha liberdade de expressão.

domingo, 29 de julho de 2012

Próximos 4 Anos

  “Barack Obama é um presidente fracassado, que já não tem mais idéias, suas desculpas estão se esgotando, vamos assegurar que o tempo dele também acabe.”
Mitt Romney [O Globo]

  Se a disputa fosse aqui no Brasil Mitt poderia dizer adeus a presidência.

  O povo brasileiro o colocaria no paredão igual esses reality shows.
  Eu admiro os americanos por essa objetividade, essa liberdade de expressão.
  Se Mitt se candidatou a presidente é porque acredita que pode ser um administrador melhor que Obama.
  Porque não pode dizer isso com todas as letras?
  Claro que ele exagerou, quem em sã consciência pode dizer que Obama é um fracassado político ou pessoal?
  Nos USA quem se candidata a um cargo público sabe que virá chumbo grosso de todos os lados.
  Se o cara não tiver boa argumentação na defesa e no ataque é melhor não se candidatar.

  Aqui no Brasil é um tédio.
  Até piadas sobre os candidatos são proibidas.
  Devemos acreditar em tudo que a equipe de marketing do candidato diz!
  Como é possível uma coisa dessas!?

  Eu não gostei da administração de Obama.
  Não é ruim mas ficou longe de ser boa. É regular.
  Eu só aprovo uma reeleição se a administração foi boa ou muito boa.
  Aceito a reeleição de um administrador regular se não aparece uma boa opção, mas Mitt me parece uma boa opção.


  Estamos em um momento mundial que é muito importante que os USA tenham um ótimo presidente.
  Obama não é o cara.
  Se ele for reeleito será mais do mesmo o que obviamente não é suficientemente bom para a situação atual.
  A China não é confiável, nem ao menos é uma Democracia.
  A Europa é composta de muitos países com muitos interesses fragmentados.
  No entanto o campo político não é o problema principal, pode ser contornado.

  O problema principal é que a Europa tem uma geração muito mal acostumada, seus povos querem um “bem estar social” muito maior do que a economia pode sustentar.

  Gosto da Ângela Merkel, mas sinto que está sozinha em seu bom senso.
  Os Governos Inglês e Americano se estivessem sintonizados com o Governo Alemão poderiam dar um rumo certo a economia mundial.
  Três economias importantes que estiveram sintonizadas no passado, hoje é um salve-se quem puder.
  Mitt Romney é o cara?
  Infelizmente não temos como saber, tem boas credenciais, mas só o tempo pode dizer.
  Hoje [29/06/2012] minha opinião é que Obama não é o cara para os próximos 4 anos...







sábado, 28 de julho de 2012

Virando Bicho

  

  "A sabedoria serve de freio à juventude, de consolo aos velhos, de riqueza aos pobres e de ornamento aos ricos."
   (Diógenes – Nasceu cerca de 400 anos antes de Jesus Cristo)



  Como surgem os mendigos?

  Há gosto para tudo, inclusive para viver nas ruas.
  Vi uma matéria na TV Record onde pessoas que não tinham necessidade de ser andarilhas, eram.
  Um caso clássico de mendicância por opção é:

  Diógenes de Sinope foi exilado de sua cidade natal e se mudou para Atenas, onde teria se tornado um discípulo de Antístenes, antigo pupilo de Sócrates.
  Tornou-se um mendigo que habitava as ruas de Atenas, fazendo da pobreza extrema uma virtude; diz-se que teria vivido num grande barril, no lugar de uma casa, e perambulava pelas ruas carregando uma lamparina, durante o dia, alegando estar procurando por um homem honesto.”

    



  Houve duas fases da minha vida que pensei demais em suicídio, 14 e 18 anos
  Sou bem capaz de entender uma pessoa que desiste de tudo.
  Se matar não é fácil, nosso instinto de sobrevivência é muito forte.
  Observo que muitos sem força para viver e sem coragem de se matar vão vivendo como zumbis, um dia após o outro vivendo do que aparece.
  Para alguns ocorre a mendicância, outros viram viciados em algum entorpecente [legal ou ilegal], as duas situações podem ocorrer juntas.

  Tem pessoas que desabam diante de um grande amor perdido, a morte de ente querido, desapontamento profissional, doença, queda brusca do padrão de vida, diante de algum vicio incontrolável.

  Cada mente tem sua força (ou fraqueza), isso é muito individual difícil de quantificar, eu desabei diante de muita dificuldade.
  Vou falar de um dia que me veio à mente agora.
  Trabalhava na metalúrgica, meu primeiro emprego registrado.
  Na empresa tinha aqueles aquecedores de marmita em “Banho Maria.”
  Recipiente como uma grande bandeja com resistência elétrica e água, a resistência aquece a água, a água a marmita.
  Os colegas de trabalho fizeram algumas piadas com o fato da minha marmita estar boiando na água.
  Não era para menos, ali só havia 2 ou 3 colheres de arroz e um pouco de chuchu.
  Meu vizinho tinha um pé de chuchu na cerca que dividia o quintal, o chuchu nasceu do lado “favorável” da cerca.
  Chuchu pega fácil, nós também tínhamos, mas os nossos já havíamos comido todos.
  Nesse dia, depois do “almoço”, enquanto não chegava a hora da volta ao trabalho fiquei deitado na calçada sem nenhuma vontade de levantar, me sentia literalmente um lixo.
   Sei lá!
   Eu poderia ficar vagando pela rua vivendo do que me dessem e se não me dessem nada... eu morreria e daí!?
  Não, não foi o “bullying” dos colegas que me deprimiu.
  É uma situação muito difícil quando você luta com todas as suas forças, trabalha duro, e mesmo assim lhe falta o que comer.😥
   Ali deitado naquela calçada eu meditava sobre a vida e me perguntava “para quê viver”?

    Viver é complicado, há mentes por demais problemáticas que desabam diante de qualquer situação.

  Li que o filho do ator John Travolta aparentemente se matou com excesso de drogas.
  Pensem bem, diante do que essa mente desabou!?
  Perder o gosto pela vida não é coisa de pobre, não quero que essa meditação se resuma a uma questão financeira.
  Alguém que está lendo este texto pode estar muito deprimido apesar de não encontrar graves problemas em sua vida.
  O fato de ter uma vida razoavelmente boa e mesmo assim estar sem prazer em viver pode o encher de culpa o tornando mais deprimido ainda.
  Não se condene tanto, viver é complicado mesmo, você não está sozinho em suas angustias.

  Por mais que nós enquanto sociedade melhoremos não dará para “salvar todos” da depressão, de se sentir um lixo.

  O “inferno” é antes de tudo uma construção mental.
  Raul Seixas (outro bom exemplo) não tinha motivo para a “autodestruição".


   "Eu devia estar feliz pelo Senhor, ter me concedido o Domingo, pra ir com a família, no Jardim Zoológico dar pipoca aos macacos...,
   Ah! Mas que sujeito chato sou eu, que não acha nada engraçado, macaco, praia, carro, Jornal, tobogã
  Eu acho tudo isso um saco..."
   (Raul Seixas)

  No entanto esse texto é para os "deprimidos pela situação".
  Quando os problemas são reais, urgentes, não são só “construções mentais”.

  Aqueles que estão se sentindo um lixo devido uma série de problemas em que eles foram jogados, não foi algo que por suas ações ou disposição mental construíram.
  Falo de crianças que nascem em situações difíceis, trabalhadores em sub empregos onde por mais que se esforcem não conseguem uma condição aceitável de vida.
  Falo de amor, sexo, religião, dinheiro...coisas que fazem tão parte da vida de todos nós e por não sabermos lidar com elas, nos enchemos de culpa, nos sentimos um lixo diante de tantos dogmas, tantas contradições.

  Não tenho fórmulas magicas, não tenho muito para falar, esse texto antes de tudo tem que ser SENTIDO.

  Sei o que é se sentir um lixo, péssima situação mental para estar, tão ruim que até "ilusões doutrinarias ou ideológicas" são preferíveis.

  O inferno é antes de tudo uma construção mental e o que você constrói em sua mente eu não tenho como ter acesso, esse é um autoconhecimento, uma viagem que só você pode fazer.

  Aqui no Blog tento decifrar enigmas do inferno que nos é imposto pelos outros, pelos “conceitos vigentes”, aquele inferno que apesar de termos nascido com uma boa mente ela é deteriorada pelo ambiente.

  Situações que nos tornam um ser deprimido e deprimente, um mendigo que não quer ser mais nada, nem mente, nem gente, apenas lixo, apenas bicho...



Nota: “Nesse texto” entendam inferno como uma agonia extrema física e/ou mental em nosso mundo mesmo, sem nenhuma conotação “espiritual”.





 
  Acredito que tenho despertado mais interesse das pessoas por Filosofia.
  (Pelo menos os xingamentos reduziram em 50% 😏)

  Agora com a Internet, o interesse por Filosofia pode levar a humanidade a um salto de qualidade sem precedentes.
  Os atuais confrontos são naturais, muita gente estava “adormecida”.

  Infelizmente o “Marxismo” e “Psicologismo” dominaram os últimos 100 anos.

  Eram ideias interessantes, mereciam ser testadas e foram.

  É HORA DA FILOSOFIA RESSURGIR COM FORÇA.
 
  Para quem não gosta de textos (a minha especialidade) encontrei esse site muito bom.
  Já vi uns dez vídeos e aprovei todos.
  Tem a isenção “possível”.

  Esse é do companheiro Diógenes.
  O que me ocupou semanas (prazerosas) de leitura bem resumido em poucos minutos.












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sexta-feira, 27 de julho de 2012

Mendigos e Gatos

   “Até hoje nunca vi um gato acompanhando um mendigo!
   Por que será?!”
  [Kléber Novartes]

  De gato não entendo muito bem, mas essa frase me provocou no sentido de reconhecer nela minhas próprias prioridades ... de mim eu entendo 😄

  Por causa do último texto, alguns disseram que tenho “ódio de mendigos”.
  Considero exagero, não vi nada na meditação que instigasse algum tipo de ataque ou ódio.
  Simplesmente pedi as pessoas que ao fazerem doações procurem locais mais apropriados.


  Mas reconheço que ao fazer caridade minha prioridade não são mendigos.

  


  Gosto de auxiliar crianças, por mim nenhuma nasceria doente ou de casais desestruturados.
  Não queria que crianças precisassem de ajuda, deveriam vir ao mundo em condições dignas, isso deveria ser obrigatório, uma lei da natureza.

  Outro tipo de pessoa que gosto de ajudar são trabalhadores iguais eu.
  Os donos de empresas são trabalhadores também, gostaria muito que todos tivessem esse meu gosto em ajudar outro trabalhador, ajudar seus funcionários.
  No trabalho tento desempenhar bem minha função para não ser estorvo a ninguém.
  Se eu fosse Presidente um ponto de honra em minha administração seria regulamentar a Participação nos Lucros da maneira mais eficiente possível.
   
  Por vezes andamos quilômetros de distância para fazer caridade quando há gente que precisa de nossa ajuda bem próximos a nós.
 Se cada um cuidasse bem do seu entorno viveríamos em uma sociedade bem melhor.
  Na minha infância e adolescência vivia na maior pindaíba, era muito bom quando minha família ganhava alguma coisa.
  Certa vez eu fazia trabalho em um prédio como o que eu moro hoje, um morador me deu um tênis Reebok original, não era essas falsificações baratas, ele não gostava da cor [marrom] deve ter ganho de presente.
  Ele podia se dar ao luxo de dispensar um tênis por não gostar da cor, isso foi maravilhoso para mim.
  O tênis era exatamente o meu número, mas se não fosse não faltaria outro trabalhador que eu pudesse doar o tênis e faria isso.
  O que ganhei de dinheiro fazendo serviço no prédio foi uma merreca, mas ganhar o tênis valeu uns 20 dias de trabalho.

 Quando criança ajudava minha mãe a fazer faxina na Igreja São José na Vila Industrial.
  A Igreja recebia muitas doações de roupas e o saudoso “Seu Brasilino” [sacristão] deixava que eu escolhesse o que me servisse, era o único jeito de eu e meus irmãos não andarmos todos esfarrapados.

  
Paróquia São José na Vila Industrial – Campinas



  Sei que a maioria prioriza ajudar mendigos, mas eu penso que a prioridade deveria ser dar auxilio melhor a crianças carentes e “trabalhador ajudar trabalhador”.

  Seriam medidas preventivas para que a dureza da situação não fizesse surgir mais mendigos...

 [Não seja radical, “priorizar” a ajuda a crianças e trabalhadores não significa eliminar a ajuda a mendigos.]

  Como surgem os mendigos?

    To be continued...






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quinta-feira, 26 de julho de 2012

CARIDADE X SACANAGEM

  Sou a favor de proibir essa caridade de levar comida aos sem teto em qualquer lugar da cidade, deveria ser passível de multa e apreensão.


  “A ideia de proibir a distribuição de comida a mendigos vem causando muita confusão.
  Segundo a prefeitura, esse tipo de ação colabora para a permanência de muitos moradores na rua, quando o ideal é estimular a ida deles para abrigos.”

  

  É bem complicado proibir as pessoas de fazerem caridade, mas sem dúvida é preciso fazer um trabalho de conscientização.
  Certas atitudes “tão idolatradas” deveriam ser repensadas.

  Na região central da cidade de São Paulo há estimativa de 3700 moradores de rua.
  Na melhor das intenções cidadãos distribuem alimentos para esses sem teto.

  Aqui em casa temos uma certa fartura de comida.
  Comprar alimentos a mais no supermercado com intenção de distribuir no Centro da Cidade ... na minha condição não dá para fazer sempre, mas uma vez por mês seria bem possível, eu não iria a falência.
  Reunir um grupo de pessoas para fazer a mesma coisa, tornaria essas doações mais constantes.
  Vou até ser muito prestigiado, serei considerado um ser humano sensacional.
  Mas nem penso em fazer isso.

  Prefiro doar alimentos não perecíveis ou dinheiro a entidades filantrópicas devidamente legalizadas e que prestam um serviço especializado no amparo a necessitados.

  Aqui em Campinas temos:




  
  Só alguns exemplos, quem puder colabore.

  Quando eu frequentava o Kardecismo tínhamos um carnê de contribuição mensal.
  Havia famílias cadastradas que passavam por analise da real necessidade de auxílio.
  As famílias recebiam cestas básicas ou algum bem ou serviço que precisassem, como cadeira de roda ou coisa do tipo.

  Detesto desperdício de qualquer coisa, principalmente alimentos.
  Quando tem algo sobrando ou que não usamos mais, um destino usual são os funcionários do condomínio.

  Acho muito legal "trabalhador ajudar trabalhador".


  Exemplo:
  Minha esposa recebe cesta básica da empresa, (Texto escrito em 2012) nem todos os itens nos interessam, coloco na copa dos funcionários quem quiser pode levar.
  Por esses dias minha sogra trouxe lindas alfaces que meu sogro planta, mas era muita verdura.
  Seria uma judiação aquelas lindas alfaces estragarem na geladeira, peguei metade e deixei na copinha onde os funcionários almoçam, poderiam fazer salada ali mesmo ou levar para casa.
  Sempre que há acumulo de roupas ou sapatos fazemos doações.

  Fica claro que não sou contra a caridade, mas é preciso repensar como ela é feita.

  Por mais “desumano” que pareça:

  Sou a favor de proibir essa caridade de levar comida aos sem teto em qualquer lugar da cidade, deveria ser passível de multa e apreensão.

  Mas é aquele tipo de lei que eu gostaria de ver apenas no papel, para ser usada contra os mais persistentes.
  Bom mesmo seria que todos os cidadãos entendessem que até para caridade tem hora e LUGAR.

  Mendigos não tem boa higiene nem cuidam bem do entorno.
  Eu não gostaria que um mendigo acampasse na entrada ou nos arredores do condomínio em que moro.
  Ficaria chateado, enfurecido com quem lhe trouxesse comida criando condições para que o mendigo se estabelecesse na frente do condomínio.
  Não consideraria este “caridoso” nem um pouco sensacional, afinal ele está me empurrando goela abaixo uma situação que não quer para si.

  Porque a pessoa não leva o mendigo para morar em frente sua casa ou condomínio?   
    
  Fica até mais fácil logisticamente, não precisa se deslocar muito.

  Os voluntários dão algum alimento, alguma palavra de conforto como “Jesus te ama” e saem com a alma lavada, como se tivessem salvado o mundo.

  O lojista, o pessoal que mora em frente a pracinha ficam com a sujeira e todo incomodo que esse tipo de “vizinhança” indesejada proporciona, ainda mais se os sem teto forem chegados ao uso de drogas e bebidas, daí danou-se, furtos se tornam frequentes na região.
  Quando o indivíduo fica desesperado por drogas roubar é apenas um detalhe.

  Claro que sou totalmente a favor de uma rede social de proteção.

  O município deve manter albergues em situação aceitável e é lá que os sem teto devem buscar apoio e alimentação.
  Na frente de lojas, empresas, ou moradias do cidadão PAGADOR DE IMPOSTOS esse tipo de “caridade” não deveria acontecer.

  Você gosta de mendigos?
  Leve-os para sua casa!

  Mantê-los em frente à casa/empresa dos outros é uma tremenda SACANAGEM!

  




  Os tempos mudaram nossa sociedade também, por isso muitas coisas precisam ser repensadas.
  Não para voltar a 1940, mas também não para ficar alimentando o “dogma” que quem tem alguma coisa necessariamente tirou de quem não tem.
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 Para falar de algo bom...
 Aqui em Campinas o Conselho Tutelar começou a pegar pesado faz alguns anos.
 O resultado é que não vejo mais crianças em sinaleiros.
 Tem malabaristas e vendedores “aparentemente” adultos, mas crianças ... nem lembro mais a última vez que vi.




 

     Muitos não acreditam quando eu falo isso, mas tem muita gente que gosta de viver na rua.


Morador de rua tinha mais de 600 mil.