domingo, 2 de dezembro de 2012

Coisa à Toa

  “A ideia do suicídio é uma grande consolação: ajuda a suportar muitas noites más.”
[Friedrich Nietzsche]
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1 - Pelo meu entendimento mais "simples”, o "vazio" que está em nós, começou na separação fundamental que tivemos em relação à nossa mãe.

2 - Todavia, o mesmo "vazio" costuma ser mais forte em nós, habitantes do terceiro mundo, devido à constante diferença prejudicial a nós, nas "leis do mercado". [Nihil]
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 A provocação número 1 não dá nem para comentar, fica por conta do gosto da Nihil pelas teorias de Freud e/ou por conta do seu relógio biológico pedindo para ser mãe.

  Vamos provocação 2 que é mais interessante, ela revela o “socialista isento”, aquelas pessoas que não se dizem socialistas, mas não perdem a oportunidade de culpar o Capitalismo e suas “leis de mercado” por tudo de mal [ou que pareça mal] no mundo.

 “EUA, Canadá, Portugal, Espanha, Alemanha, Índia e Austrália apresentam taxa de 6,5 a 13 por 100.000 habitantes.
  França, Suécia, Rússia, China, Japão as taxas ficam acima de 13 por 100.000 habitantes.
  Os países do leste europeu apresentam as maiores taxas.
  Os países bálticos Letônia, Estônia e Lituânia possuem uma taxa de aproximadamente 42 por 100.000.”

 Vejam que estatisticamente não imagino como relacionar “leis de mercado” com quantidade de suicídios.
  A China Comunistas tem índices de suicídios próximos ao do Japão Capitalista.

  Queremos justificar o suicídio com ideologias delirantes, mas o mais observável é que  viver é muito complexo nem todos suportam a barra por melhor que suas vidas sejam.
  O fato de estar bem de vida é até um complicador.
  Quando você não tem um carro acha que ao tê-lo encontrará a felicidade, você pode passar a vida toda sem ter carro, mas buscando esse acontecimento, buscar essa “felicidade” o mantém vivo.
 Quando você consegue o carro e percebe que continua não sendo feliz... pode chegar a conclusão que nada lhe fará feliz, tudo nesse mundo é uma ilusão de felicidade então talvez ela esteja em outro mundo... um lindo dia para o suicídio...

Entenda que Felicidade não existe.

  Qualquer um tem a liberdade para acreditar que Felicidade existe.
  Você tem liberdade de “CRENÇA”, mas não liberdade para “imaginar fatos” e confundi-los com argumentações validas. 
  Imaginação é ... imaginação, realidade é outra situação.

  Ninguém está sempre satisfeito com a vida, isso não é um fato observável.

  Uma boa descrição para Felicidade é: bem estar e alegria duradoura.

  Tudo depende de como eu defino essa condição de “duradoura”.
  Se esse duradoura é ter bem estar e alegria por um dia, podemos dizer que há muitas pessoas felizes.
  Se esse duradoura for um semana inteira fica bem mais difícil encontrar pessoas felizes.
  Se chegarmos a um mês é pouco provável que por 30 dias você não teve nenhum momento ruim ou pensamento triste.

  Um Filosofo não ignora os extremos, mas se ocupa prioritariamente dos meios.

  Não sou radical a ponto de considerar esse “duradouro” como sendo para sempre, para sempre é muito tempo.
  Mas também considerar uma pessoa feliz por conta de uma semana ou um ano é forçar muito a barra.
  Já ouvi inúmeras histórias de incontáveis pessoas, li muitas biografias, as pessoas tem momentos alegres, mas na maior parte do tempo é tédio e há muitos momentos tristes.
  Esse estado pleno de satisfação por um tempo prolongado... eu não sei de ninguém que tenha vivido isso.
  Pense em você mesmo.
  Sua vida foi um mar de rosas até agora?
  Você acredita que será um mar de rosas daqui para frente?

  Os fatos estão no passado, você achar que será Feliz daqui para frente não é um fato é uma expectativa.
  Não dá para argumentar que a Felicidade existe baseado em uma expectativa.
  Sim, a maioria passa a vida buscando esse pote de ouro no fim do arco Íris, elas tem a crença que a Felicidade existe e elas serão felizes um dia.

  Sei lá ... momentos alegres e triste se sucedem, não dá para viver chorando como não dá para viver sorrindo.
  Você fica alegre com a compra de um carro, mas fica irritado com o engarrafamento.
  Você fica alegre por ser promovido a chefe, mas fica estressado com toda pressão que vem junto.
  Seu primeiro filho é uma enorme alegria, mas as noites mal dormidas são um pesadelo ... acordado é claro
  Você fica alegre por casar com a mulher que ama, mas lamenta não poder mais sair com todas as outras.

  Lembrei de um filme muito bom, acho que era “Apertem os cintos que o piloto sumiu”.
  Gosto da comédia provocativa filosoficamente, o diálogo foi mais ou menos assim:

 Mulher – Eu te amo.
 Homem – Eu te amo.
 Mulher – Eu nunca deixei de pensar em você.
 Homem – Sempre que eu transava com outras mulheres eu só pensava em você, agora vou transar só com você e pensar nas outras mulheres...
 
  A moça olha para a câmera como se perguntasse para gente:
  Isso é ruim ou é bom!?
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬
  Quando ganhar 5 mil é ruim?

  Quando você esperava ganhar 6 mil.
  Se você esperava ganhar 10 mil sua frustração é maior ainda.
  Digamos que esperar a Felicidade é esperar um salário de 100 mil.

  Se você espera muito mais da vida do que ela pode te dar, a vida lhe parece ruim mesmo sendo boa.

  A crença na Felicidade provoca grande frustração e poucos percebem.
  Paradoxalmente a crença na felicidade aumenta seus momentos de tristeza, insatisfação, frustação.

  Eu gostaria de ganhar 100 mil por mês, poderia ajudar muitas pessoas além de não ter nenhuma preocupação financeira com minha velhice.
  Mas eu não tenho a ilusão que seria Feliz ganhando 100 mil, há pessoas que ganham 200 mil e não são felizes porque FELICIDADE NÃO EXISTE!
  Essa lógica entra em sua mente?




“Felicidade foi-se embora
 E a saudade no meu peito ainda mora.”

 “A minha casa fica lá de traz do mundo
 Onde eu vou em um segundo quando começo a cantar
 O pensamento parece uma coisa à toa, mas como é que a gente voa quando começa a pensar" [Caetano Veloso] ♫♫♫♫♫


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18 comentários:

Daniel disse...

Ao William: Voce tem acesso aos comentários excluídos?

"que voce (teve) que pagar alguma" .. eu lembro de ter corrigido esta parte.

Daniel disse...

WILLIAM - Digamos que esperar a Felicidade é esperar um salário de 100 mil. [dinheiro é um exemplo mais fácil de ser entendido... “viu Daniel”]

Não pode estar no dinheiro o significado de felicidade. E, melhor dizendo, não pode estar em nada o significado de felicidade, por que o que nós entendemos de felicidade?
Para voce pode ser uma coisa. Para mim pode ser outra totalmente diferente. Por exemplo, eu concebo a felicidade como apenas meros pensamentos que eu cultivo durante o dia. É como uma admoestação que me faço, me obrigando aprender somente o que é importante. Porque é como o cimento que liga e dá total condição ao muro para estar de pé.
Não é nem um pouco difícil o entendimento disto.
É como eu disse a poucos dias a uma de minhas pretendentes: "Nós temos a alegria de termos um carro importado, não o tendo ainda. Mas quando tivermos, nossa alegria será ainda maior."

Daniel disse...

Nós é que pela nossa instrução, pela nossa bagagem, damos significação especial às coisas.

O dinheiro é complementação.
Sem trabalhar, nós passamos meses sem ganhar um salário. Quando trabalhamos e ganhamos um salario, percebemos que aquilo é importante, e se tivermos necessidades, o dinheiro se torna essencial.

William Robson disse...

Ao William: Voce tem acesso aos comentários excluídos?
"que voce (teve) que pagar alguma" .. eu lembro de ter corrigido esta parte. [Daniel]
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Pela falta de tempo nem reparei.

O comentário postado no Blog vai para meu e-mail, assim ao abrir o e-mail eu economizo tempo não tendo que verificar varias ferramentas.
Você tem como excluir uma mensagem do Blog, mas não do meu e-mail.
De qualquer forma depois de ler meus e-mails a maioria é deletada, não tenho mais acesso.
Já tenho textos demais guardados, arquivar comentários só iria complicar as coisas.
Alguns comentários eu sinto que podem dar bons textos então guardo em uma pasta apropriada.
Irei fazer a correção no comentário feito de manhã.

William Robson disse...

“Você se lembra de algum tempo no passado que voce teve que pagar alguma promessa feita por você ou por teus pais?” [Daniel]
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Vixe! Hoje estou sem tempo.
Tentei localizar o texto, mas não consegui.
Minha mãe fez uma promessa para eu levar uma vela da minha altura em Aparecida.
Se eu não localizar o texto depois rescrevo.
Achei um interessante: Flash Back

William Robson disse...

Não é nem um pouco difícil o entendimento disto.
É como eu disse a poucos dias a uma de minhas pretendentes: "Nós temos a alegria de termos um carro importado, não o tendo ainda. Mas quando tivermos, nossa alegria será ainda maior."
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Não faz nenhum sentido!
Ficar alegre de ter algo que não tem!!!!!
Você fica alegre só de sonhar?
Só imaginar que pode ter algo já te deixa alegre...

Mas já disse varias vezes “cada cabeça é um mundo”
Sonhar me inspira a correr atrás do sonho, mas minha alegria só vem se consigo realizar.

Daniel disse...

WILLIAM - Você fica alegre só de sonhar?
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Você não entendeu. O carro foi só um comparativo.
A mesma alegria que eu poderia ter se eu obtivesse uma carro importado é a que eu tenho agora e sempre. E não espero que alguém me diga que está errado que faça isto, ou que eu pense de determinada maneira.
Alias, este deve ser um principio básico que todos se entendam como autores da própria felicidade.

Daniel disse...

Já diriam os marketeiros de plantão: o que voce compra senão uma ideia de felicidade?

Daniel disse...

Rachel Sheherazade sobre a frase 'Deus seja louvado' nas cédulas de Real


http://www.youtube.com/watch?v=UElcG_eYfWM&feature=g-all

emaranhado 149 disse...

Então todos os comentários que registramos aqui,vão para o seu e-mail...

tripitaka 781 disse...

(texto principal)

Boa noite a vcs.

Irei registrar aqui também,a "melhor" interpretação do meu segundo comentário em destaque.
Lydus se matou porque não aguentou o tranco de precisar promover a guerra.
Todavia,obrigada pelo destaque dos meus comentários.

Irei falar sobre "felicidade".
O Denytus tem razão.
Se cada um de nós tem um conceito diferente do que é "felicidade",então ela existe.
Já opinei(outras vezes) que para sermos felizes,não precisamos rir o tempo inteiro.
A "felicidade" é uma condição exterior(e não é "interior",como muitos pensam).
Se temos o que precisamos para viver bem- e se não chegamos a cometer maiores erros em escolhas passadas,então a vida "é azul".
Em parte do tempo,estaremos alegres e satisfeitos.
Mesmo quando houverem aqueles momentos em que pensarmos "se eu pudesse estaria em outra cena,e em outro lugar",iremos reconhecer que temos o que precisamos para "funcionar direito".
Não vamos sofrer,nas horas de "tédio",nem iremos "chorar as pitangas" quando tristes,e entenderemos as horas de "tédio" ou de "tristeza" como contingências comuns,sabendo que nosso maior estado de equilíbrio,irá retornar.

Ao mesmo tempo,há pessoas que pensam que são felizes,e na verdade não são,pois estão vivendo "em desajuste" com as possibilidades,e com os desejos.
Essas precisam fazer sempre muita festa,para fazer de conta que "está tudo bem".(tal é exemplificado pelo hábito de muitos brasileiros soltarem fogos,por qualquer evento que ocorra)

Lógico que nunca iremos dizer a tais pessoas que "felicidade é algo que elas ainda vão alcançar".
É bom sermos "políticos" e apontar as coisas boas que existem na rotina dos nossos amigos,se os queremos "fortes".

A felicidade,é um "bem patrimonial" descrito de forma bonita na música "Casa no Campo"(Elis Regina),em que ela disse esperar uma velhice tranquila,para colher a "pimenta e o sal".
Essa frase remete ao direito ao luxo de ficar triste,e de ter algumas amarguras,numa situação estruturada para amenizar os maus momentos.

Tipo, "estou velho/estou velha,mas cumpri meu dever,e não tenho grandes "dívidas".
E além disso,se quero "choramingar",tenho até meu lugarzinho para fazer isso."
Acredito que para a Elis,idem a felicidade era essa história que ora eu conto.(ela concordou com a letra dessa música,cuja autoria desconheço...)

A satisfação hedonista plena,jamais existiu.
Todos os santos,um dia retrocedem,ou retrocederão do estado de "êxtase religioso"- apesar do júbilo inicial.
E aí,o equilíbrio será cultivado.

Nunca iremos nos orgulhar de "termos feito tudo o que queríamos", porque não existe tempo em menos de cem anos de existência biológica para fazermos tudo.
Mas,se temos o principal,já está bom.
A nossa consciência reconhece isso.
O cérebro mecânico,mesmo sendo mecânico,não é burrão.
Ele aceita as impressões que a alma tem.

Então,
felicidade uma coisa.
carnaval é outra.
"alergria" é rotina de "joão bobo" de internet.(hahaha!)

turbilhão 1.201 disse...

Comentarei sobre suicídio.

Ele tem sido comum entre os "privilegiados" por dois motivos importantes.
Um deles,é que nos "melhores países",as pessoas são mais distantes entre si,e por isso, não se amparam nas horas difíceis.(isso não é "meu",eu li tal opinião num site que fala no tema em referência)
Em países do "terceiro mundo",existe uma maior sintonia entre os estranhos,e cada um se conforma com a pouca sorte que tem,por saber que os seus vizinhos não tem uma sorte melhor.
Depois de dizer isso,não vou mais reclamar da "hostilidade dos simples contra outros simplórios" existente em nossas paragens.(hehe!)
Apesar dela,idem ocorre uma sintonia amigável entre nós todos.

O outro motivo "que gera" tanta tristeza,é que as pessoas em nenhum lugar,sabem o que é a "felicidade" e por isso,quando a tem,não a reconhecem.
Nossas vidas costumam ser conturbadas,e passamos o tempo correndo atrás de soluções.
E como não educamos nossos "sentidos",quando a "felicidade" passa a existir,não percebemos.

Uma atitude que pode ajudar os "grupos de risco" seria eles prestarem ajuda aos necessitados,pois uma boa dose de alegria é vivida quando se aprende a "dividir o pão"(quando existe pão para ser dividido).

O mundo precisa amadurecer o modo de pensar.
Todavia,como eu disse,uma vez que "os sentidos sejam adequados aos fatos",o cérebro aceita as boas impressões que passam a existir.

Existe um "terceiro motivador" dos suicídios,que é a vida com problemas demais-mas esse fato é igual para todas as comunidades.
Todavia, tudo indica que alguns dos que "se vão dessa para melhor" voluntariamente,não tinham tantos motivos assim para isso...

tripitaka 782 disse...

Até eu vou "amadurecendo" meu pensamento,enquanto faço registro dele.

Enfim,então a felicidade é a "vida em equilíbrio" mais o conhecimento de que "se vive em equilíbrio".
O fato,sem o conhecimento,fica quase sem valor.
Nós,os "pobrinhos" do terceiro mundo,somos mais espertos para percerbermos quando a "felicidade" aparece,uma vez que sabemos também o que é o sofrimento,e o "precisar ter" e "demorar para conseguir".
Talvez,os que nasceram "com menos necessidades" precisem aprender mais sobre tal coisa.

Existe "felicidade" que não é reconhecida.
Existe "a ilusão de que se é feliz".(perguntem aos histéricos)
Tem a bobeira dos joões.(isso nem precisa ser questionado...rs)

encrenca 1.107 disse...

Com o tempo- eu que só curtia rock,"erudito" e a "black music" internacional,passei a gostar de samba também.
É comovente a sabedoria presente em algumas letras populares,onde nossa noção sobre a imperfeição da vida aparece,e ainda assim,refletimos o "pique" para continuarmos bem.

Modéstia a parte,nós brasileiros parecemos ser mais espertos do que muitos, para identificarmos o que "realmente tem valor",e para não esperarmos que tudo seja perfeito.

sotonenses 10 disse...

Essa idéia ingênua que irei relatar-vos,eu tive em cada um dos dias do início da minha adolescência,e recentemente,voltei a ela,no tranquilo ano de 2.011 que vivi,com suas tardes em que eu voltava para casa,às vezes,apreciando até arco-íris no céu.

Eu imaginava começar a caminhar sem parar rumo ao sol poente- para ver o que "eu iria encontrar".
No meu sonho,a caminhada infinita nunca parava,e no trajeto,eu ia descobrindo grupos,cidades,paisagens e hábitos remotos.
Um dia,eu entrava numa estrada poeirenta,feita de fluidos plásmicos.
Mas,não chegava a me ver me fundindo com o próprio sol.

Essa fantasia daria um conto.

Tantas vezes,no ano passado,ao ver o sol se pondo,em sua vermelhidão sanguínea,caminhava um pouco mais pelo bairro,para vê-lo numa melhor posição.
E acabava descobrindo ruas e endereços desconhecidos para mim.

Enfim,somos todos um pouco inclinados à utopia.
Talvez, a vida em permanente mutação e com uma sensação de aventura pela procura de "algo a mais" seja mais importante do que o "objetivo em si".
O "objetivo final" poderá nos iluminar espiritualmente,ou simplesmente,nos consumir(incendiar) para sempre.

tripitaka 783,sotonenses 11 disse...

o ser humano,e a busca do "sonho".

tripitaka 784 disse...


Casa no campo.

Estou postando a letra e o vídeo de alguém que morreu sem ter podido curtir direito a vida,porque gosto da canção,e porque ela a interpretou melhor do que o autor,que é o Zé Rodrix.

Oxalá,a Elis habite atualmente,um lugar que é do "tamanho da paz".

William Robson Anakin disse...

“Rachel Sheherazade sobre a frase 'Deus seja louvado' nas cédulas de Real”
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O problema é que o Ministério Publico tem muito o que fazer, temos problemas de corrupção por todos os lados o que torna ainda mais irritante esta perda de tempo com subjetividades sobre o Estado Laico.