sexta-feira, 29 de março de 2013

Paternidade Abominável

     “É melhor não dizer nada do que ter um diálogo estéril e burro.”
 [Schopenhauer]



  Muitas vezes manter um diálogo é perda de tempo porque sabemos que as pessoas não irão aceitar nossa opinião ou tentar entender nossa argumentação.
  Um exemplo:

Eu acho legítimo a polícia fazer uso da força.

  Você que não aceita minha opinião pode pelo menos ler minha argumentação?

  Quando alguém vem com uma exigência pronta e se não for atendido invade um local ... não posso dizer que é um diálogo e sim uma imposição pela força. 
  Os manifestantes gostam de dizer que não agridem ninguém, e quem é louco de se colocar no caminho da turba!?
  Os caras te espancam, se protegem e ninguém é identificado.
  O jeito é sair do caminho e chamar a polícia. 

  O problema é que boa parte da sociedade não quer que a polícia use a força.

  Se a polícia encosta a mão em algum invasor de propriedade sempre tem alguém para filmar e condenar a ação.
  Uma boa pergunta é:

  Se o dialogo pode tudo porque essas pessoas invadem locais a FORÇA.

  Eles hipocritamente dizem que não estão fazendo uso da força, mas pensem comigo
  Eu vou andando, entro na sua casa, se for preciso derrubo a porta, me acomodo fico a vontade, saio quando quiser e você não pode fazer absolutamente nada.
  Veja que eu pratiquei uma ação sem encostar a mão em você e você é proibido de ter uma reação.

“-Mas casa particular é uma coisa propriedade pública é outra.”

  As pessoas tem um entendimento estranho do que seja propriedade pública.
  Consideram a casa da mãe Joana onde qualquer um pode fazer o que quiser.

  Já pensou se um grupo de “sem terras” decide ir entrando no Palácio do Planalto exigindo falar com a Dilma e ninguém pode colocar a mão, o que os impedirá de invadir o local?

  Já pensou se um grupo qualquer que não aprove a administração de Geraldo Alckmin decide ocupar o Palácio dos Bandeirantes.

  Pense em uma praça pública, sim é uma área comum a todos, mas você não pode fazer o que quiser nela.
  Vender alguma coisa, planejar uma festa ou reunião, parar seu carro no gramado, fazer qualquer coisa que seja entendida como atentado ao pudor... tudo isso é proibido ou precisa de autorização da Prefeitura.



  Prédio público é ainda mais restrito.
  Um hospital estadual é um prédio construído com dinheiro público e administrado por servidores públicos.
  Já pensou se por conta disso fosse obrigado a manter todas as portas abertas 24 horas por dia com todo cidadão tendo acesso total a tudo!

  Uma viatura da polícia é um veículo público, qualquer um pode pegar uma e dar um rolê?

  E invadir dependências de uma Universidade Estadual ou Federal?
  Não importa que sejam médicos, advogados, professores ou pessoas aprendendo essas profissões.
  Se um grupo de pessoas ocupam arbitrariamente um prédio público estão fazendo uso da FORÇA.
  NÃO        estão “dialogando”.
  Se fazem barricadas para impedir a entrada de outras pessoas estão fazendo uso da FORÇA.

  O uso da força só é permitida de um lado?



  Veja essa ocorrência na USP:
 
   “Depois de deter três estudantes que usavam maconha dentro do campus da USP, na zona Oeste de São Paulo, a Polícia Militar reprimiu com bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta um protesto realizado por universitários contrários à detenção dos três rapazes.
  Enquanto os policiais levavam os rapazes para um carro de polícia, um grupo de estudantes começou a protestar e impediu que os usuários fossem levados à delegacia.”

  Pelo que eu entendi os caras queriam manter um território livre para o consumo de maconha dentro da Universidade.

  Caraca!
  Mesmo que o uso da maconha fosse regulamentado [o que não é] quais as possibilidades que o consumo seja permitido nas escolas?
  Os estudantes da USP estão acima da lei!?

  Nós devemos discutir socialmente quem pretendemos deixar acima da lei.
  Eu voto por NINGUÉM.

  [Principalmente policiais e políticos, agentes que devem zelar pelo cumprimento das leis.]

  “INTEGRANTES DO MST INVADEM FAZENDA NAZARÉ, EM MARABÁ PAULISTA
  Grupo pede aceleração no processo de desapropriação da área.
  O G1 entrou em contato com a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp), que informou por meio de nota que a competência constitucional da reforma agrária é do governo federal, contudo, São Paulo utiliza terras julgadas devolutas para a implantação de assentamentos.”

  A "terra devoluta" do Estado é minha e sua também.
  Minha parte eu não quero dar de mão beijada para ninguém.
  Não ganhei meu apartamento ele é fruto de muito trabalho e RESPEITO AS LEIS.

  Que tipo de reforma agraria queremos?
  A mais ineficiente possível!?

  “Já vimos “matematicamente” que pequenas propriedades são um desastre ecológico por sua ineficiência produtiva e em termos de emprego?
  Se você pensar na questão de salários [renda] tudo fica ainda mais complicado.
  É difícil você ver um pequeno agricultor nadando em dinheiro, a agricultura familiar mal dá para subsistência.”

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬
  Entenda esse texto.

  Alguns devem estar concluindo que sou contra manifestações ... é uma conclusão errada.

  Lembram-se qual argumentação estou defendendo?

  O diálogo não consegue tudo e por vezes o uso da força é necessário.

  Logo, eu estou sendo coerente, dependendo da situação a manifestação é aceitável é um jeito de algum grupo chamar atenção para seus problemas.

  Manifestações PACIFICAS mesmo que tragam algum transtorno são toleradas pela sociedade, você não vê a polícia sendo agressiva com relação a isso.
  Agora, se o transtorno ficou muito grande, o grupo quer entrar em áreas proibidas, pratica atos de vandalismo, por qualquer motivo se acha acima da lei e se recusa cumprir uma ordem judicial.

  A polícia usar a força é a legitima defesa da sociedade.

  O grupo invasor começou a agressão primeiro.

  Não quero terminar esse texto de maneira nefasta, apaguei propositadamente o final dele.
  O rascunho era um, mas a publicação fica outra.

  Apenas deixarei registrado mais uma vez a “paternidade irresponsável”.

  É ABOMINÁVEL como pais e pessoas adultas usam crianças como barricada em seus protestos.

  O indivíduo sabe que haverá o confronto, todas as negociações foram esgotadas, a polícia terá que fazer o seu trabalho, a reintegração vai ocorrer de qualquer jeito.
  Qual o melhor lugar para ficar seu “amado” filho?

  Certas atitudes me dão nojo... é impossível terminar o texto sem lágrimas ...
















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5 comentários:

NIHIL METILENE disse...

mensagem teste

NIHIL METILENE disse...

Que susto eu levei.

Algumas coisas mudaram na minha internet,enquanto o pc ficou ligado de noite,e meu avatar não estava aparecendo.
Consegui corrigir o problema.

Um bom dia ao sr.,e aos demais.
Mais tarde,irei replicar ao texto.

revista realidade 219 disse...

Boa noite ao sr.

O sr.tem razão,sou sempre empática aos sentimentos que expressa em seus textos.
Contra os fatos,não há argumentos.

As questões expostas são óbvias,mas não entram na mente de uns ou outros.
Às vezes,chego a pensar que quanto mais evidente alguma situação é,menos alguns conseguem vê-la.
É que nem a história do senhorzinho que foi no oculista,e quando o dr. perguntou se ele conseguia ver algumas palavras escritas na parede,o paciente perguntou:

_Que parede?

Lembro agora como era andar a pé,ou de carro na av.Paulista,com suas manifestações coletivas frequentes.
Um dia fui ao templo Zu-Lai mais cedo,para chegar mais cedo,e acabei chegando mais tarde ainda,porque havia um show de rock na cidade,e um ônibus não prestou serviço por causa do fato.

E as greves frequentes?
Não atendo telefonemas de telemarketing em lugar nenhum,pois os considero um "atrevimento".
Na hora de vender o produto,todo mundo vêm atrás de vc.
Mas,se estamos precisando de alguma ajuda,porque "deu defeito",o povo some.

Estar na cidade,ainda é um risco.
Nunca conseguimos saber se vai ter greve ou não.
Ninguém avisa nada.
Veículos poderiam ostentar esse alerta em seus vidros,para que toda a população percebesse,e tomasse providências.
Mas,nem essa,nem outras iniciativas passaram a existir.
Tempos atrás, fiquei quarenta minutos esperando um ônibus numa rua onde normalmente passam três "linhas" de coletivos para o metrô.
Não passou nenhum,por todo aquele tempo,porque estava havendo uma greve, da qual só fui tomar conhecimento segunda feira.(era sábado)

"Manifestações pacíficas" podem ser bem prejudiciais,se não há comunicação a respeito.
Ah,mas se essa galera muda de postura,e vira capitalista, seus "integrantes" te laçam para conseguir vender o produto deles.
Disso o sr.pode estar certo.

...pois o mundo é dos ...menos bobos.(fiz o possível para evitar uma rima aqui)

É uma covardia imensa usar uma criança nos nossos infortúnios.
Esse é um caso no qual as instituições de proteção ao menor de idade,poderiam vigiar mais.
(ou será que elas só sabem dar palpite em problemas que estão resolvidos,tipo tentar impedir um adolescente com boa saúde,de trabalhar fora para se sustentar?)

correção disse...

"esse é um caso que as instituições de proteção ao menor poderiam vigiar mais".

encantadora 175 disse...

chamativa.