segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Deus de Sara, Alá de Cadija


 

   “Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.”

[Gênesis 3:16]

 

 

   Os conceitos representados por algumas palavras (se os analisarmos na origem) vão sendo muito alterados no decorrer do tempo, nem sempre com as melhores intenções.

  Vejam o caso da palavra "Patriarcado".



  "Patriarcado vem da combinação das palavras gregas pater que significa pai e arkhe que significa origem ou comando. 

   A palavra "patriarcado" traduz-se literalmente a autoridade do homem representada pela figura do pai. 

  O termo foi utilizado por muito tempo para descrever um tipo de "família dominada por homens". 

  Isso ocorria principalmente em sociedades agrícolas que levavam em consideração o gênero.



  No sentido original uma "Sociedade Patriarcal" já deixou de existir faz tempo ... pelo menos em países "judaicos/cristãos" como podemos classificar o Brasil.

  Em sociedades agrícolas basicamente as pessoas trabalham na "roça", serviço pesado, estudo não significava muita coisa.

  A mulher (filha) precisava cuidar da casa e o homem (filho) da "terra".

  O pai tinha o poder econômico, uma vez que para lidar com a lavoura é necessário um longo "estudo pratico".

  Até o filho homem adquirir o conhecimento do pai, levava anos.


  Com a industrialização e urbanização tudo mudou.

  O filho podia ir "pra cidade" e trabalhar em "linha de produção" fazendo uma operação que não requer muita experiência.

  O salario não era bom, mas no campo nem tinha salario, vivia da roça ajudando o pai.

  O cidadão podia trabalhar na colheita de alguma grande fazenda, mas tudo era temporário e até onde sabemos pagava menos que a "indústria exploradora".

  Primeiro com as maquinas a vapor depois com a eletricidade os trabalhos foram ficando menos pesados.

  Filhas mulheres foram seguindo o mesmo caminho de independência financeira dos filhos homens.


  Observem que é um processo, a Sociedade vai se adaptando as "possibilidades" da época.


  E hoje, qual o conceito de patriarcado?



   "Atualmente o termo também é usado para se referir à dominação masculina e ao poder dos homens sobre as mulheres não apenas no âmbito doméstico.       

  Isto caracteriza o sistema pelo qual as mulheres são mantidas subordinadas de várias maneiras, em diversos espaços sociais.

  Para o movimento feminista, uma sociedade patriarcal é um sistema social dominado pelos homens, no qual eles são as figuras de autoridade suprema e detêm o poder máximo."

[Significados]



  Alguns grupos que adoram promover o VITIMISMO, ao observar que a "maldita industrialização e capitalismo" destruíram as estruturas do patriarcado original, ampliaram o conceito da palavra para uma "dominação masculina estrutural".


  Meu principal argumento contra o "vitimismo feminista" já deve ser conhecido por muitos, mas para quem ainda não conhece, resumo em um questionamento:




  Muitos dizem que a culpa é das religiões (criadas pelos machos para dominarem as mulheres), vamos fazer uma analise histórica/teológica disso também.



 “Abraão foi o primeiro judeu.

  Com ele e através dele D’us selou uma aliança sagrada e perpétua com o povo de Israel, assegurando-lhe que seus descendentes seriam numerosos como as “estrelas do céu“ e herdariam a Terra Sagrada.
  Nosso primeiro patriarca ensinou a Verdade à sua família e a todos ao seu redor, mas, principalmente, a seu filho Isaac, que a transmitiu a Jacó e este, a seus filhos, que deram origem às doze tribos.
  Assim, a herança de Abraão passou de pai para filho em uma corrente espiritual que atravessa os séculos.”
[Morasha]



  Vamos aceitar a hipótese que isso seja a mais pura verdade. 
  Existe um Deus criador de tudo que fez um pacto com Abraão. 
  Como Sara foi convencida disso!? 
  Para quem leu a Bíblia sabe que ela não era nenhuma imbecil.


  "E o SENHOR visitou a Sara, como tinha dito; e fez o SENHOR a Sara como tinha prometido.
  E concebeu Sara, e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, que Deus lhe tinha falado."
[Gênesis 21:1,2]


  Ela teve prova inconteste da existência de Deus.
  Se esse ser tão poderoso preferiu dar privilégios para o macho da espécie como ela poderia contestar!?

  "Manda quem pode, obedece quem tem juízo!"


  Se sairmos da questão da "Fé" fica mais complicado.    Se Sara aceitou por conta própria deixar Abraão com a última palavra sobre decisões familiares ... ela tem esse direito. 
  Se falo para minha esposa que ela pode fazer o que quiser a respeito de alguma questão já "estou decidindo" alguma coisa.

  No Islamismo ocorreu algo até mais interessante.


 “Cadija foi a primeira esposa do profeta Maomé.
   Foi a primeira pessoa a se converter à religião pregada pelo marido, o islão.
  Pertencia ao clã dos Banu Hashim.
  Foi casada duas vezes, enviuvou dos dois casamentos.
  Era uma rica viúva envolvida no comércio caravaneiro quando Maomé entrou ao seu serviço, trabalhando como seu agente nos negócios das caravanas que atravessavam a Arábia em direção à Síria.
  Por volta de 595, quando ela tinha cerca de quarenta anos e Maomé cerca de vinte e cinco, propõe o casamento a Maomé.
  O casal permaneceu unido nos próximos 24 anos.”
  [Wikipédia]





   Observem que a mulher árabe tinha uma “herança cultural” de liberdade, isso foi mudado a partir do crescimento do Islamismo. 
  Cadija era a "poderosa" da relação. 
  Alá poderia fazer ela recitar o Corão e não Maomé.

  De qualquer forma chegamos ao mesmo ponto.    
  Cadija teve uma experiência com Ala que a convenceu de sua existência. 
  Se um ser tão poderoso (o mesmo de Sara) decidiu que de maneira geral o homem teria mais poder que a mulher e o capacitou fisicamente para isso ... como contestá-lo?

  A mulher que não acredita na existência de Deus/Alá tal qual esta descrito nos "livros sagrados" (e não se declara ateia) segue o 
Judaísmo, Cristianismo, Islamismo porquê? 

  O principal argumento que me apresentam nesse caso é:

 😠 "Mulheres foram condicionadas a seguir religiões machistas." 

  Pelos pais e professores que passam muito menos tempo com as crianças!?

  Fora isso tenho outro pensamento interessante:

  Não se prender a condicionamentos é sinal de inteligência.

  Se a fêmea da espécie não questiona seu próprio comportamento, simplesmente faz o que foi "ensinada" a fazer...


  Vou ficando por aqui com essa sequência, então é hora de me posicionar mais assertivamente.

  No "ponto máximo" o macho da espécie leva alguma vantagem. 
  Mas pontos máximos não predominam na população.   
  Quero dizer que "Einsteins e Usain Bolts" são raros.    Marie Curie e Florence Griffith-Joyner são raras.

   Cada pessoa deve dar o seu melhor e reconhecer o resultado.
   No pódio há poucos lugares.

  Independente de sexo, raça, nacionalidade ... em algumas coisas seremos muito bons, outras péssimos, outras medianos em vários níveis. 
 
  Por isso sou tão fã da MERITOCRACIA. 
  E o que mais a dificulta é a falta de "civilidade" em reconhecer quando alguém é melhor que você. 
  Todos querem ser campeões em tudo.

  Exemplo pessoal: 
  Os resultados da minha esposa "no geral" sempre foram melhores que os meus. 
  Se destaca mais no trabalho, ganha mais, é mais simpática/comunicativa, até motorista é melhor que eu. 
  Geneticamente ela foi favorecida? 
  Existe algum Deus e a prefere?
.
.
.

  Por algum "trauma de infância" fui "condicionado" a me sentir inferior?

  Humm ... uma qualidade que tenho é não me prender a condicionamentos.
  Respeito os resultados.

  Que a Lógica e o Bom Senso estejam com todos nós.

  Amém?



  





👩 “Você crê mesmo que mulheres são mais religiosas q os homens?”
         (Comentarista)


  Não é uma “crença”.
  Já li em várias reportagens e vivencio na pratica.
  Na minha família as mulheres vão muito mais há igreja.

  ➽“O número de mulheres que faz orações todos os dias é 8% maior do que os homens.”










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